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Ações do etanol caem por preocupação sobre regulação

Há temores que a presidente Dilma aumente controle sobre o setor

Governo brasileiro pode aumentar a regulação para controlar os preços e fornecimento (Antonio Cruz/ABr)

Governo brasileiro pode aumentar a regulação para controlar os preços e fornecimento (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2011 às 16h33.

São Paulo - As ações de empresas do setor de etanol registraram a maior queda em dois meses nesta quarta-feira por temor de que o governo da presidente Dilma Rousseff possa aumentar a regulação sobre o setor para controlar os preços e fornecimento.

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) está considerando aumentar a regulação no setor na expectativa de elevar a produção, disse à Reuters o presidente da ANP, Haroldo Lima, nesta quarta-feira.

De acordo com Lima, a ANP pode regular a oferta, estoques e estipular metas. O jornal Valor Econômico reportou mais cedo que a preocupação com o aumento dos preços de etanol pode levar a mudanças na mistura do combustível utilizada na gasolina.

A Cosan, maior empresa de açúcar e etanol do mundo, perdia 3,4 por cento, maior declínio desde 9 de fevereiro, para 25,95 reais. São Martinho caiu 3,2 por cento, para 24,91 reais, mínima de uma semana.

Os investidores temem que a iniciativa da presidente de aumentar a presença do Estado em setores de rápido crescimento no Brasil pode levar a controles de preço e lucros menores.

A presidente está promovendo a implementação de novas regras para a indústria de petróleo, e sua coalizão está avaliando mudanças na legislação de royalties para mineração.

O governo pode estar tentando usar a regulação para conter o mais rápido aumento da inflação em seis anos. Os preços de etanol, um importante componente nos preços de transportes, saltam 70 por cento desde setembro.

"Nós vemos que as notícias são muito negativas para o setor, não apenas pelas medidas em si, mas também porque o agronegócio no Brasil tem sido visto... como um setor atrativo dada sua competitividade e a ausência de interferência governamental", disse o analista Luiz Otavio Campos, do Credit Suisse, em relatório.

Nos últimos três anos, os conglomerados de açúcar fizeram aquisições de concorrentes menores, assegurando maior controle sobre o fornecimento e preço de energia no setor de etanol.

O governo, através da Petrobras, por sua vez, não acompanhou o ritmo das fusões entre suas concorrentes privadas.

O artigo do Valor sugere que o governo vai tentar convencer os executivos de açúcar e etanol, para alinhar seus interesses com aqueles da nação. Se isso falhar, disse o Valor, pode até levar a presidente a impor taxas às exportações de açúcar.

Uma tarifa sobre o açúcar, disse Campos, poderá não ter efeito sobre o volume de cana destinada à produção de etanol porque o Brasil domina o mercado global de açúcar.

"Isso significa que o aumento das taxas de exportação pode na verdade levar ao aumento dos preços globais do açúcar, porque estes serão ajustados por causa da maior taxação", para manter o alto lucro do açúcar, observou ele.

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