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Ações da Petrobras caem e atingem níveis de 2003

As ações da Petrobras desabavam mais de 8 por cento na Bovespa para mínimas desde 2003, pressionadas pela forte queda dos preços do petróleo


	Logotipo da Petrobras visto em refinaria em Cubatão: às 17:26, as ações preferenciais da empresa eram negociadas em queda de 8,05 por cento
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Logotipo da Petrobras visto em refinaria em Cubatão: às 17:26, as ações preferenciais da empresa eram negociadas em queda de 8,05 por cento (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2016 às 16h50.

São Paulo - As ações da Petrobras desabavam mais de 8 por cento na Bovespa nesta terça-feira para mínimas desde 2003, pressionadas pela forte queda dos preços do petróleo no mercado internacional e no dia em que a estatal anunciou ajustes em seu plano de negócios para o período 2015-2019.

Às 17:26, as ações preferenciais da empresa eram negociadas em queda de 8,05 por cento, a 5,60 reais. No pior momento, chegaram a desabar 9,36 por cento, mínima durante os negócios desde 29 de agosto de 2003.

Os papéis ordinários caíam 8,18 por cento, para 6,96 reais. Na mínima, perderam quase 10 por cento, a 6,83 reais, piso desde 5 de novembro de 2003.

Ambas as ações responderam durante a maior parte do pregão pela principal queda dentro do Ibovespa, que perdia 1,08 por cento faltando pouco mais de 30 minutos para o fechamento.

No exterior, os preços dos contratos futuros do petróleo chegaram a recuar para abaixo de 30 dólares pela primeira vez em 12 anos nesta sessão, dando sequência a perdas que já chegam a 20 por cento este ano, diante de preocupações sobre a demanda chinesa frágil e a ausência de contenção na produção global da commodity.

Antes da abertura da bolsa paulista, a companhia informou redução de investimentos previstos para o período 2015-2019 em 24,5 por cento, a 98,4 bilhões de dólares, para priorizar projetos de maior retorno e minimizar gastos em empreendimentos que pode vender.

Analistas da corretora Brasil Plural consideraram os números mais realistas, enquanto a equipe do Itaú BBA avaliou que os ajustes não devem ajudar a reconstruir a confiança do mercado na companhia.

O BTG Pactual destacou que os ajustes no plano de negócios da Petrobras são mais do que necessários, mas afirmou que preocupa o fato de a maior parte dos cortes nos investimentos (capex) ter sido na área de Exploração e Produção. O Credit Suisse reiniciou a cobertura do ADR (recibo de ação negociado nos Estados Unidos) da Petrobras com recomendação "underpeform" --abaixo da média do mercado, equivalente a venda.

Os analistas do Credit Suisse definiram como preço-alvo do papel 2 dólares, argumentando que uma série de "eventos improváveis" precisariam acontecer simultaneamente para se chegar em algo próximo da cotação que a ação está sendo negociada.

Entre esses eventos, os analistas do Credit Suisse citaram a possibilidade de desinvestimento e corte de custos que totalizem 58 bilhões de dólares nos próximos três anos, rápida recuperação dos preços do petróleo e a companhia precificar combustiveis 10 por cento acima da paridade mesmo com perda de market share.

Ainda pesava sobre as ações da estatal a informação de que o diretor financeiro da companhia, Ivan Monteiro, estaria ameaçando deixar o cargo se o preço dos combustíveis for reduzido na esteira da queda das cotações internacionais do petróleo, conforme a coluna Radar Online, da revista Veja.

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