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Ações da Gol e Azul voam alto com possível socorro do governo federal

Os papéis da Azul sobem 11,72% e os da Gol avançam 10,39%, em dia morno na B3. Desempenho é, em parte, reflexo do pacote de resgate às aéreas

Azul: companhias aéreas aceitaram as condições do pacote de resgate do BNDES e do sindicato de bancos e agora dependem do interesse dos investidores (NurPhoto / Contributor/Getty Images)

Azul: companhias aéreas aceitaram as condições do pacote de resgate do BNDES e do sindicato de bancos e agora dependem do interesse dos investidores (NurPhoto / Contributor/Getty Images)

NF

Natália Flach

Publicado em 20 de maio de 2020 às 15h40.

As ações das companhias aéreas estão decolando nesta quarta-feira, 20, com a expectativa do socorro do governo às companhias aéreas. Às 15h30, os papéis da Azul subiam 11,72%, os da Gol avançavam 10,39%, enquanto os da Latam - negociados em Nova York - andavam de lado com alta de 0,76%. Parte do desempenho é reflexo do apoio que o setor deve receber do governo. Para efeito de comparação, o Ibovespa subia 0,68% para 81.293 pontos no mesmo horário. 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo vai "comprar um pedaço das empresas [aéreas] e depois vender", de acordo com matéria do Valor Econômico. A transação deve gerar dinheiro para o governo e garantir a sobrevivência das companhias. Os setores elétrico e sucroalcooleiro também devem ser contemplados com pacote de socorro.

Na semana passada, Gustavo Montezano, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), disse que Gol, Latam e Azul aceitaram as condições do pacote de resgate e, com isso, entraram na etapa seguinte, de formação de preço para captação de recursos no mercado de capitais. 

A Exame IN apurou que o pacote de auxílio do BNDES ao setor — que começou estimado em 10 bilhões de reais, mas que ficou em 4 bilhões de reais — não é uma garantia firme de recursos independente: só haverá socorro do banco público, se investidores colocaram sua parte. Para especialistas, esse risco não é pequeno. No mercado secundário de dívida corporativa, os títulos dessas empresas estão sendo negociados entre 25% e 40% de seu valor de face, percentuais aplicados a companhias consideradas insolventes. “Por que alguém vai colocar 100% de risco em um papel novo se pode colocar 40%?”, questionou um especialista. “Se tudo der errado, esses créditos [novo e antigo] vão disputar em igualdade de condição na fila de pagamento.”

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