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Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2010 às 10h10.
A venda da Company para a Brascan não agradou os acionistas das duas empresas. Após a confirmação do negócio, que foi antecipado por EXAME na noite desta terça-feira (9/9), as ações da Company(CPNY3) chegaram a despencar mais de 12% e, às 12h11, eram negociadas a 8,93 reais, em queda de 11,32%. Já os papéis da Brascan(BISA3) recuavam 1,33%, para 5,92%.
Em comunicado ao mercado, as empresas informaram que irão integrar suas operações, formando uma nova companhia até outubro de 2008. A Company será incorporada por uma subsidiária da Brascan e, em seguida, haverá a incorporação dessa subsidiária pela Brascan. "Conseqüentemente, todos os acionistas da Company migrarão para a base acionária da Brascan", explicam as empresas.
Os acionistas da Company receberão 1,0690 ação da Brascan para cada ação da Company, além de um pagamento de 200 milhões de reais à vista, equivalentes a 2,7775 reais por ação da Company. Após a conclusão da operação, a Brascan terá 62.006.474 ações ordinárias, das quais aproximadamente 43% estarão pulverizadas no mercado. As ações da Company deixarão de ser listadas.
Consolidação
Juntas, Company e Brascan teriam contabilizado 210 milhões de reais de lucro líquido em 2007 e 248 milhões de reais de lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), o que faria da empresa a segunda maior do setor.
O negócio dá mais fôlego ao processo de consolidação do setor, que teve início em junho com a compra da Agra pela Cyrela por 1,5 bilhão de reais. Pouco mais de um mês depois, foi a vez da Abyara vender sua área de corretagem para a consultoria imobiliária Brasil Brokers por 250 milhões de reais.
Na semana passada, a Gafisa anunciou a compra da Tenda, fechando a operação após as ações da Tenda terem perdido mais de 65% de seu valor na Bolsa em agosto. Na ocasião, o então presidente da Tenda, Henrique Alves Pinto, afirmou: "Não foi um negócio excelente, mas foi o melhor possível".
Há semanas a companhia sofria com as más perspectivas para seus negócios. Para analistas de bancos como Credit Suisse e Goldman Sachs, a Tenda enfrentaria grandes dificuldades nos próximos meses para financiar seus projetos. Mas não seria ela a única empresa do setor a passar aperto. A InPar, que neste ano contabiliza queda de quase 90% em suas ações (veja abaixo), anunciou no dia 15 de agosto que vai vender parte de seus ativos para fazer caixa. A meta da empresa é levantar 400 milhões de reais para a compra de terrenos.
O desempenho das ações do setor imobiliário
Empresa | Ação | Variação no ano (%)* |
Abyara | ABYA3 | -76,68 |
Agra | AGIN3 | -34,27 |
Brascan | BISA3 | -44,17 |
CCP | CCPR3 | -22,93 |
Camargo Corrêa | CCIM3 | -51,75 |
Company | CPNY3 | -42,78 |
CR2 | CRDE3 | -41,74 |
Cyrela | CYRE3 | -22,02 |
Even | EVEN3 | -70,27 |
Eztec | EZTC3 | -65,65 |
Gafisa | GFSA3 | -29,47 |
Helbor | HBOR3 | -63,74 |
Inpar | INPR3 | -87,17 |
JHSF | JHSF3 | -0,52 |
Klabin Segall | KSSA3 | -42,13 |
Lopes | LPSB3 | -37,28 |
MRV | MRVE3 | -26,23 |
PDG Realty | PDGR3 | -31,64 |
Rodobens | RDNI3 | -11,01 |
Rossi Residencial | RSID3 | -66,89 |
Tecnisa | TCSA3 | -45,89 |
Tenda | TEND3 | -72,88 |
Trisul | TRIS3 | -58,05 |
* Até 09/09/2008 | ||
Fonte: Economática |