Mercados

Ações da Brasil Foods caem mais 6,5% nesta quinta-feira

Parecer do Cade contrário à fusão trouxe incertezas sobre o futuro da empresa

O BTG Pactual rebaixou a recomendação de compra para neutra (ERNESTO RODRIGUES)

O BTG Pactual rebaixou a recomendação de compra para neutra (ERNESTO RODRIGUES)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2011 às 10h41.

São Paulo – As ações da Brasil Foods (BRFS3) continuam a derreter na BM&FBovespa. Após recuarem 6,27% no pregão de ontem, os papéis caem mais 6,5% na abertura dos negócios nesta quinta-feira (9), para 24,45 reais. A relatoria do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) pediu ontem a reprovação total da operação.  Os papéis têm o maior volume financeiro e número de negócios da bolsa brasileira hoje, superando Petrobras e Vale.

O relator do caso, Carlos Ragazzo, se mostrou contra a operação apontando diversos fatores negativos da união das duas companhias. Entre eles, o aumento dos preços dos produtos e a concentração excessiva em alguns segmentos, como o de margarina e carne In natura. Analistas de mercado cortaram ou colocaram em revisão as projeções para a Brasil Foods.

“Apesar de termos uma visão contrária à do CADE, neste momento é grande a chance de ser vetada a fusão de Perdigão e Sadia e caso seja oficializada a desaprovação teremos que realizar uma reavaliação do negócio para definir um novo preço-alvo”, afirma o analista da Planner, Henrique Ribas.

O banco Santander colocou o preço-alvo e a recomendação para os papéis da empresa em revisão, mostra relatório publicado hoje. “Considerando que o anúncio de ontem recomenda a desintegração total da Sadia com a Perdigão, envolvendo as marcas, assim como exportações. Neste cenário, não há sinergias entre a Sadia e a Perdigão, pois as duas companhias seriam mantidas separadas”, mostra relatório assinado por Gabriel Vaz de Lima e Luis Miranda.

O Itaú BBA, por sua vez, manteve a recomendação de desempenho acima da média e um preço-alvo de 29,7 reais para a empresa. Apesar disso, afirma que a ação não estava precificando tal cenário e, portanto, ainda há potencial de uma nova queda até que a “visibilidade seja resgatada”, explica Juliana Rozenbaum. A Raymond James rebaixou a recomendação para as ADRs da Brasil Foods de Market perform (desempenho em linha com a média) para underperform (desempenho abaixo da média), segundo relatório assinado pela analista Daniela Bretthauer. O BTG Pactual rebaixou a recomendação de compra para neutra, mostra relatório obtido pela Bloomberg e assinado pelo analistas Fabio Monteiro.

O julgamento foi suspenso após o conselheiro Ricardo Ruiz pedir vistas do parecer do relator. Para o conselheiro, os argumentos apresentados pela Brasil Foods para justificar a fusão não são suficientes para garantir a livre concorrência no mercado de carnes industrializadas, embutidos e outros segmentos em que a companhia atua. Ruiz afirmou que seguirá o voto do relator. O caso deve ser retomado no dia 15, quando Ruiz deve trazer o seu voto.

Acompanhe tudo sobre:AçõesAnálises fundamentalistasMercado financeiro

Mais de Mercados

Wall Street tem dia de liquidação e bolsas caem até 3,4% nos EUA

O que é 'carry trade'? Entenda a operação por trás das quedas do mercado nesta segunda-feira

O que é a Regra de Sahm e por que ela acende alerta de recessão nos EUA

Caos nas bolsas: mercado precifica possível corte de emergência do Fed

Mais na Exame