São Paulo - O fim da exclusividade no mercado de cartões brasileiro, em vigor desde o dia primeiro de julho, não traz apenas mais opções no cotidiano de usuários e lojistas. Para as duas principais credenciadoras nacionais, Cielo (CIEL3) e Redecard (RDCD3), a reestruturação do setor deve significar forte crescimento e maior lucratividade até o fim do ano. As ações da empresas já refletem a mudança, valorizadas em 5,2% e 5,9% desde o primeiro dia da nova ordem em vigor, até o dia 8 de julho, data do último pregão.

A reestruturação do setor deve fortalecer o desempenho das duas companhias, segundo relatório do Banco Santander divulgado nesta segunda-feira (12). "Reiteramos nossa visão positiva na indústria de pagamentos por cartão. Cielo e Redecard emergem como participantes interessantes para os investidores que querem ganhar exposição no setor de cartões", dizem os analistas.

O banco espera que, até 2012, Cielo e Redecard detenham 80% e 85% dos mercados de débito e crédito no Brasil, respectivamente. Segundo informações oficiais, a Cielo, parceira da Visa, capturou um total de 2,21 milhões de transações da bandeira Mastercard na primeira semana de medidas em vigor; a Redecard, parceira da Mastercard, capturou 2,35 milhões de transações com a bandeira Visa no mesmo período.

As novas regras, verdadeiro "big bang" no setor segundo o relatório, devem aumentar a penetração e baratear a aquisição pelos lojistas, além de levar as duas empresas a manter taxas de crescimento atrativas mesmo que elas percam fatia de mercado para a concorrência.

Mesmo num cenário conservador, a expectativa de crescimento geral do setor é de 20,4% em volume de transações até o fim do ano. "As mudanças devem acelerar o crescimento e auxiliar a disseminação da industria no país". Na avaliação do banco, ambos os papéis são recomendados para "compra", com preço alvo definido em 26,50 reais para a Cielo e 39,70 reais para a Redecard.