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Ações: A semana que mudou o cenário para a Hypermarcas

Resultado do primeiro trimestre assustou investidores e analistas, que agora refazem as projeções para o desempenho em 2011

“A perspectiva para a Hypermarcas durante o restante de 2011 e em 2012 passou a ser sombria”, disse o HSBC (Getty Images)

“A perspectiva para a Hypermarcas durante o restante de 2011 e em 2012 passou a ser sombria”, disse o HSBC (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2011 às 18h29.

São Paulo – A semana foi péssima para a Hypermarcas (HYPE3). A empresa perdeu em apenas cinco dias 21,5% do valor em bolsa. As ações recuaram de 20,26 reais para 15,89 reais no fechamento desta sexta-feira (13). Foi o pior desempenho do Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira, na semana. O benchmark caiu 1,83 no período, para 63.235 pontos

O pesadelo para os investidores começou logo na segunda-feira de manhã. Quem abriu o documento com os resultados logo se deparou com um lucro líquido de 32,9 milhões de reais, queda de 40,3% no lucro líquido na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando a empresa tinha lucrado 55,2 milhões de reais.

“O resultado da empresa veio abaixo das expectativas do mercado, devendo impactar negativamente o desempenho dos papéis no curto prazo”, afirmaram em relatório as analistas Kelly Trentin e Erika Mudalen da Spinelli Corretora, que colocaram em revisão o preço-alvo e a recomendação para as ações da companhia. Elas estavam certas. As ações da empresa recuaram 10,3% apenas na segunda-feira.

Para os analistas do HSBC, Francisco Chevez e Manisha Chaudhry, a empresa pode ter implementado mudanças na política comercial que tiveram um efeito contrário ao desejado. “Acreditamos que a administração terá que tentar recuperar sua credibilidade”, alertaram os analistas, que rebaixaram a recomendação para as ações de alocação acima da média (overweight) para neutra, “com base nos resultados decepcionantes”. O preço-alvo passou de 28 reais para 21 reais.

A receita líquida no trimestre ficou em 845,2 milhões de reais, crescimento de 30,5 % na comparação com 647,7 milhões do mesmo período de 2010. Apesar disso, quando feito o ajuste proforma – como se a empresa já possuísse as marcas compradas um ano antes – a receita líquida do ano passado teria ficado em 875 milhões de reais, o que levaria a comparação para um recuo de 3,4%.

“Isso surpreendeu o mercado, uma vez que a administração não forneceu qualquer indicação de que estava enfrentando problemas com a movimentação de seus produtos”, ressalta o HSBC. “A perspectiva para a Hypermarcas durante o restante de 2011 e em 2012 passou a ser sombria”, completaram os analistas.

Consolidação e sinergias

A empresa ainda informou que consolidou no primeiro trimestre do ano a compra da Mantecorp e da Mabesa, além de ter alterado a sua previsão de investimentos para 2011. Agora o guidance será feito com o valor nominal do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) e a expectativa é que o valor seja superior a 1 bilhão de reais neste ano.

Claudio Bergamo, diretor presidente da Hypermarcas, disse em teleconferência que a empresa calcula sinergias de 257 milhões de reais para as aquisições que realizou desde 2010. Desse total a empresa capturou 61% - 156 milhões de reais. “O serviço mais difícil já foi feito”, disse.

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