Bolsa de Nova York: ações da Cynk passaram de US$ 0,06, em maio, para US$ 14,71, em 9 de julho (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2014 às 16h08.
São Paulo - A Cynk Technology, empresa americana operadora de redes sociais, que não possui nenhum ativo, receita ou sequer um número relevante de funcionários, passou a ter um valor de mercado de mais de US$ 6 bilhões durante uma hora no mês de julho.
A “penny stock”, como são chamadas as companhias negociadas por menos de um dólar ou alguns centavos, atingiu a impressionante alta de 25.000% em julho, chamando a atenção do mercado e das autoridades, que perceberam logo que havia algo de errado.
Em 15 de maio, a ação da Cynk valia US$ 0,06. Um mês depois, em 17 de junho, passou a valer US$ 2,25. Em 9 de julho, alcançou o ápice, US$ 14,71. Depois, começou a cair e, ontem, a ação estava cotada a US$ 0,25.
Mesmo tendo desvalorizado devido às investigações, o papel da empresa ainda apresenta alta de 316% de maio até ontem.
A Securities and Exchange Commission (SEC, que regula o mercado de capitais americano) entrou no caso, juntamente com o Departamento de Justiça.
Após investigar um caso paralelo de lavagem de dinheiro e manipulação de “penny stocks” no Brooklin, em Nova York, os investigadores recolheram provas que incriminam um grupo de homens que trabalhavam no mesmo andar em que era sediado o escritório da Cynk em Belize, América Central.
O que pareceu ser coincidência tornou-se uma reviravolta no caso.
Robert Bandfield, Andrew Godfrey, Rohn Knowles e Kelvin Leach foram acusados no indiciamento. Os quatro trabalhavam no escritório do edifício Matalon, informou a agência Bloomberg.
Os documentos obtidos pela Bloomberg mostram que a empresa Titan International Securities, da qual Leach e Knowles são executivos, era dona das ações da Cynk.
Já a CornerstoneServices, companhia em que Godfrey trabalhava, criou empresas para esconder os proprietários verdadeiros das ações.
Promotores americanos prenderam Bandfield em Miami e planejam extraditar os outros homens de Belize. Bandfield e Godfrey, responsáveis pela sede em Belize foram acusados na investigação e negaram envolvimento com a companhia.
Em entrevista à Bloomberg, Leach disse não ter conhecimento das acusações. “Eu não tenho ideia do que você está falando”, disse.
O advogado da Titan e seus diretores, Jacob S. Frenkel, disse que seus clientes não tinham conhecimento algum sobre a investigação e que está confiante de que são inocentes.