Mercados

Ação da Tesla pode cair para US$ 10, diz analista do Morgan Stanley

Há um ano atrás, o preço-alvo estimado era de US$ 379

Tesla: hoje, a empresa não é realmente vista como uma história de crescimento (Tesla/Divulgação)

Tesla: hoje, a empresa não é realmente vista como uma história de crescimento (Tesla/Divulgação)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 23 de maio de 2019 às 09h40.

(Bloomberg) -- Um analista de Wall Street que tinha um preço-alvo de US$ 379 para a Tesla há pouco mais de um ano, realizou uma teleconferência privada com investidores na quarta-feira para explicar por que acha que a ação agora pode cair para US$ 10.

"A Tesla era vista como uma história de crescimento", disse o analista Adam Jonas, do Morgan Stanley, na teleconferência, cuja gravação foi obtida pela Bloomberg News. “Hoje, a oferta supera a demanda, estão queimando caixa, ninguém se importa com o Model Y, levantam capital e não há ’buy-in’ estratégico. Hoje, a Tesla não é realmente vista como uma história de crescimento. É vista mais como uma história de crédito distressed e reestruturação.”

As ações da Tesla ampliaram um período de perdas pelo sexto dia consecutivo, fechando a quarta-feira com queda de 6%, para US$ 192,73, o menor preço desde dezembro de 2016. Jonas, que tem recomendação equivalente a neutra para a montadora de Elon Musk, divulgou relatório na terça-feira informando que a Tesla pode ter "saturado em excesso" o mercado de sedãs elétricos movidos a bateria fora da China.

Representantes da Tesla e Morgan Stanley não responderam imediatamente aos pedidos de comentários sobre a longa teleconferência realizada por Jonas, que durou quase uma hora. O Morgan Stanley foi um dos subscritores das ofertas de novas ações ordinárias e bônus conversíveis da Tesla no início deste mês.

"O coração disso está na demanda", disse Jonas sobre os problemas de Tesla. “O que mudou é a demanda. Esse é o primeiro dominó.”

A Tesla entregou 63 mil carros nos três primeiros meses do ano e disse aos acionistas que espera entregar entre 90 mil e 100 mil unidades no segundo trimestre. Jonas disse que o "número sussurrado" em Wall Street é que as entregas atinjam a faixa média de 70 mil unidades.

As informações sobre a teleconferência foram divulgadas anteriormente pelo Business Insider na quarta-feira.

Jonas ainda é otimista em relação à tecnologia da Tesla: o software da empresa e capacidade de oferecer atualizações over-the-air para os clientes; e também o hardware, infraestrutura de recarga e volume de dados que coleta de motoristas usando o Autopilot.

"Executivos de montadoras descrevem a Tesla como o coelho branco em uma corrida de cães", disse Jonas. “Todas as outras empresas sabem que nunca vão agarrar o coelho; só esperam ser o cachorro mais rápido. A Tesla é o coelho branco, mas está presa a passivos com execução e passivos financeiros reais. Quanto vale o coelho?

Acompanhe tudo sobre:AçõesElon MuskMercado financeiroTeslawall-street

Mais de Mercados

Nordstrom deixa a Bolsa e dona da Liverpool passa a ser acionista em acordo de US$ 6,25 bi

Orizon cria JV com maior produtora de biometano da América Latina no Rio

Apple se aproxima de marca histórica de US$ 4 trilhões em valor de mercado

Onde investir em 2025: Wall Street aponta os 4 setores mais lucrativos