Fator mantém recomendação de manutenção das ações da MRV devido à ausência de potencial de valorização (Divulgação/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2010 às 14h15.
São Paulo - A Fator Corretora revisou suas projeções e preço-alvo para as ações da MRV Engenharia (MRVE3), que passou de 15 reais (dez/10) para 17 reais (jun/11). “Continuamos com nossa recomendação de manutenção devido a ausência de potencial de valorização dos papéis”, explicam Eduardo Silveira e René Brandt. O relatório ainda destaca que os papéis da construtora são negociados a múltiplo P/VPA (preço sobre valor patrimonial por ação) de 2 vezes, enquanto Cyrela, PDG Realty e Rossi Residencial apresentam múltiplos menores, sendo este um patamar "injustificável".
"O preço atual das ações da MRV traz um cenário extremamente favorável, onde os repasses aprovados pela Caixa Econômica Federal atingem um volume recorde e a exposição de caixa da empresa é reduzida drasticamente. Nós consideramos esse cenário como improvável, acreditamos que o volume de repasses ainda encontrará dificuldades burocráticas", justifica o relatório.
A dupla lembra também que a MRV tem adotado a estratégia de aumentar o número de unidades por fase em seus novos lançamentos, com o objetivo de se beneficiar de ganhos de escala e diluir custos fixos. "Acreditamos que se trata de uma estratégia correta para atuar no segmento de baixa renda e que, junto com a compra de matéria prima em larga escala, permitirá que a companhia tenha controle sobre inflação de custos. Apesar disso, acreditamos que o efeito da valorização dos terrenos e do custo de mão de obra irá prevalecer, implicando em margens menores nos próximos anos", projetam os analistas.
Na última sexta-feira (15), as ações da MRV fecharam em desvalorização de 1,64% repercutindo o anúncio dos resultados operacionais do terceiro trimestre do ano. As vendas contratadas da companhia chegaram a 889,7 milhões de reais no período, o que corresponde a um avanço de 12,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os lançamentos cresceram 58,7% e alcançaram o valor de 1 bilhão de reais. O banco de terrenos fechou o trimestre com um VGV (Valor Geral de Vendas) de 12,4 bilhões de reais.