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Ação da Braskem dispara com possível venda de controle pela Odebrecht

Empreiteira teria contratado banco para retomar o processo de venda da petroquímica

Braskem processa Maurício Ferro desvios (Germano Luders/Exame)

Braskem processa Maurício Ferro desvios (Germano Luders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 20 de setembro de 2019 às 15h46.

Última atualização em 20 de setembro de 2019 às 16h22.

Os papéis da petroquímica Braskem dispararam logo após a notícia veiculada pelo site Brazil Journal de que sua dona, a Odebrecht, contratou o banco Lazard para retomar a venda de sua participação na companhia. O grupo baiano possui 50,1% das ações da Braskem com direito a voto e a Petrobras, outros 47%. Às 14h38 a ação preferencial (BRKM5), que integra o Ibovespa, subia 7,74%.

Segundo a reportagem, uma venda efetiva da petroquímica deve durar meses, caso ocorra, até que ela consiga cumprir uma lista de pendências que gerem segurança para um comprador fazer uma oferta.

Não é de hoje que a Odebrecht tenta se desfazer da Braskem. No primeiro semestre, havia a expectativa de que a empreiteira vendesse sua parte à fabricante holandesa de produtos químicos LyondellBasell. O possível acordo, que girava em torno de 41 bilhões de reais, foi encerrado em junho. Na ocasião, os papéis da petroquímica despencaram 20%.

A associação com a Odebrecht, que recentemente entrou com um pedido de recuperação judicial, foi decisiva para os holandeses desistirem do negócio, apontou EXAME em reportagem publicada em julho sobre os crescentes problemas da petroquímica.

Além de ser associada a uma das empresas que estiveram no centro das investigações da Lava-Jato, a Braskem tem enfrentado problemas que também dificultaram sua venda até agora. Um deles é a redução de 76% de seu lucro líquido no segundo trimestre, na comparação com o mesmo período do ano anterior. A insegurança proveniente da situação financeira da Odebrecht também pesou na desistência da LyondellBasell.

Se a negociação vigorasse, Braskem e a LyondellBasell formariam, juntas, a maior produtora de resinas plásticas do mundo. A Braskem é avaliada em R$ 31,64 bilhões, enquanto a petroquímica holandesa tem um valor de mercado de US$ 28,8 bilhões.

Na época em que as conversas vieram a público, no dia 15 de junho de 2018, as ações da Braskem chegaram a subir 18% na B3, mas depois passaram a oscilar em meio a dúvidas quanto ao futuro das negociações.

Outro agravante foram os problemas com rachaduras em um bairro próximo à mina Salgema em Maceió, Alagoas, onde a companhia produz o sal-gema, uma matéria-prima usada na cadeia do plástico. Após a retirada de 600 moradores do local, a companhia pediu à Agência Nacional de Mineração o encerramento das atividades na fábrica.

Em maio, a Braskem informou que suas ações listadas nos EUA seriam deslistadas da bolsa de Nova York depois que a companhia não entregou o formulário 20-F de 2017 no prazo.

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