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A festa continua animada

O mês de maio marcou o fim de um dos períodos mais prósperos da bolsa brasileira. Pode-se dizer, sem exageros, que uma festa acabou. Não temos mais aquela festa de ganhos ininterruptos e surpreendentes no Índice Bovespa, que atraiu a atenção de boa parte da mídia e de muitos investidores iniciantes para o mercado de […]

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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2010 às 20h48.

O mês de maio marcou o fim de um dos períodos mais prósperos da bolsa brasileira. Pode-se dizer, sem exageros, que uma festa acabou. Não temos mais aquela festa de ganhos ininterruptos e surpreendentes no Índice Bovespa, que atraiu a atenção de boa parte da mídia e de muitos investidores iniciantes para o mercado de ações. Ninguém comentava a possibilidade de perda - na pior das hipóteses, fazia-se uma sugestão de não se alarmar com a volatilidade. E não é que ela, a tal volatilidade, resolveu mostrar sua face mais impiedosa logo agora?

Como nas madrugadas das grandes cidades, porém, o fim de uma festa atrai a atenção da multidão para outras baladas. Há uma festa acontecendo já há algum tempo no mesmo local da primeira. Uma festa que promete pagar, a quem não quiser correr risco algum, os juros mais altos do mundo na renda fixa. Mas, para quem não gosta de reuniões tão sóbrias, ouvi falar também de outra festa, aquela das empresas sólidas, maduras, que não prometem crescer muito, mas que, em sua lenta expansão, vêm apresentando lucros robustos, crescentes, previsíveis. Os preços de seus papéis caíram, porque fizeram parte de um "bota-fora" do mercado. Mas os dividendos distribuídos sinalizam que seus lucros continuam em alta. Isso significa que, mais cedo ou mais tarde, o preço de seus papéis deverá refletir este resultado.

Então, investir nas boas empresas brasileiras promete ganhos astronômicos? Felizmente, não. Promete ganhos reais, aqueles que são esperados para as empresas maduras e bem administradas, que dosam seu crescimento para não dar um passo maior que a perna. Isso significa retornos de 20% a 30% ao ano. Podem parecer números magros para o investidor mal acostumado a ganhar 15% em um mês, mas são suficientes para dobrar o patrimônio de quem é paciente e disciplinado em menos de quatro anos. É a festa das empresas que colhem os frutos de uma economia mais sólida, com inflação sob controle e, principalmente, juros que se aproximam cada vez mais de um patamar pouco interessante para o especulador, mas fantástico para a economia.

A intensa volatilidade que observamos nas ações não deixará de existir tão cedo. A amenização de seus efeitos irá acontecer à medida que o mercado de investimentos for recebendo gradualmente mais investidores, diminuindo nossa dependência da boa vontade do capital estrangeiro. Estamos a décadas dessa independência. Enquanto isso, quem acompanha o mercado com atenção percebe que investir após fortes quedas e vender após fortes altas traz resultados. É a festa dos especuladores que conseguem dedicar-se a acompanhar de perto os movimentos desse mercado.

E as festas não param por aí: fala-se do boom imobiliário, do crescimento do setor sucro-alcooleiro, do enriquecimento da classe média que alegra as empresa do varejo. Ainda há festas para todos, é só questão de encontrar a sua.

Gustavo Cerbasi é consultor financeiro e autor de Dinheiro - Os segredos de quem tem e Casais Inteligentes Enriquecem Juntos. www.maisdinheiro.com.br

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