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A divisão do Ibovespa: otimismo externo vs. incerteza interna

As negociações na bolsa serão puxadas pelos dados de relacionados à pandemia do coronavírus, ou pela crise política em Brasília?

BOLSA EM TÓQUIO: índices em alta no exterior com otimismo sobre retomada da economia (Issei Kato/Reuters)

BOLSA EM TÓQUIO: índices em alta no exterior com otimismo sobre retomada da economia (Issei Kato/Reuters)

Felipe Giacomelli

Felipe Giacomelli

Publicado em 18 de maio de 2020 às 06h57.

Última atualização em 18 de maio de 2020 às 06h59.

A semana começa com uma já tradicional divisão nas atenções de investidores e analistas -- as negociações na bolsa serão puxadas pelos dados de relacionados à pandemia do coronavírus, ou pela crise política em Brasília?

A possível interferência na Polícia Federal para proteger a família do presidente Jair Bolsonaro tem novo capítulo hoje, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, decide sobre a liberação de vídeo de reunião ministerial. A tensão política ajudou o Ibovespa a fechar em queda de 1,84% na sexta-feira, em 77.556 pontos.

A vacância no ministério da Saúde num momento em que o Brasil ultrapassou Itália e Espanha em casos de coronavírus também pesa na avaliação de investidores. Nesta segunda-feira João Doria, governador de São Paulo, afirmou ao Estadão que pode decretar lockdown no estado caso o isolamento siga abaixo do esperado. Estados como o Pará seguem apertando as regras também, em sucessivos sinais de que a pandemia deve seguir impactando a economia. Na sexta-feira o Bank of America divulgou que o Brasil pode encolher 7,7% em 2020.

No exterior, cada novo indicador ajuda a manter a volatilidade em alta. No domingo Jerome Powell, presidente do Fed, o banco central do EUA, disse que o país poderia encolher até 30% no segundo trimestre, mas que a recuperação será rápida. O índice futuro Dow Jones começou a segunda-feira em alta de 270 pontos. Semana passada foi a pior para os principais índices americanos desde março -- Dow encolheu 2,6% e o S&P 500, 2,2%. De lá para cá, o congresso americano aprovou novo pacote de 3 trilhões de dólares para impulsionar a economia.

Apesar de o coronavírus seguir avançando nos EUA, e de notícias de uma segunda onda em países da Europa e da Ásia, é a retomada que dá o tom no início desta segunda-feira. Montadoras como Ford e General Motors estão reabrindo fábricas nos EUA, e países como a Itália dão novos passos na abertura. Na China, Pequim desobrigou o uso de máscara.

As bolsas de Tóquio e Hong Kong fecharam em alta nesta segunda-feira. Índices europeus como FTSE e Dax abriram o dia em alta de mais de 2%, e o Stoxx 600 subia 1,9% às 7h de Brasília. O otimismo externo vai se sobrepor às incertezas internas no Brasil?

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