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A bolsa em 62.000 ou 78.000?

Uma pergunta ronda o mercado financeiro: a bolsa vai voltar a subir e manter a boa fase de 2016, quando subiu 39%? O indicador chegou a passar dos 69.000 pontos em fevereiro e analistas do banco Citi estavam otimistas com perspectivas de chegar até os 78.000 pontos até o final do ano, acima do recorde […]

BOVESPA: depois de chegar perto dos 70.000, bolsa recuou para a cara dos 64.000 esta semana / Germano Lüders
DR

Da Redação

Publicado em 9 de março de 2017 às 06h47.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h24.

Uma pergunta ronda o mercado financeiro: a bolsa vai voltar a subir e manter a boa fase de 2016, quando subiu 39%? O indicador chegou a passar dos 69.000 pontos em fevereiro e analistas do banco Citi estavam otimistas com perspectivas de chegar até os 78.000 pontos até o final do ano, acima do recorde nominal, de maio de 2008, com 72.590 pontos. Mas todo o otimismo foi embora antes do carnaval.

A queda continua nesta semana. O recuo entre segunda e quarta foi de 3,1%, para 64.718 pontos. Segundo o analista Raphael Figueredo, da corretora Clear, não se trata de uma tendência de baixa, mas de uma correção natural do mercado. “É um movimento de ‘achatamento de mola’, para testar os incrédulos. O mercado ganhou fôlego, mas está na hora de corrigir o preço e convergir para a realidade”, afirmou Figueredo, que espera uma baixa até os 62.000 pontos nas próximas semanas. Um novo ciclo de alta deve vir, segundo ele, com a próxima reunião do Copom, entre 11 e 12 de abril, que deve reduzir os juros em até um ponto percentual.

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A queda recente também acontece de olho no mercado americano, onde a pesquisa ADP Employment de ontem afirmou terem sido gerados 298.000 novos postos de trabalho em fevereiro, bem acima dos 187.000 esperados por analistas. O dado pode ser crucial para decretar a alta de juros nos Estados Unidos na semana que vem, quando o FED, o banco central norte-americano, se reúne. Com uma esperada alta dos juros por lá, investidores tentem a deixar mercados mais arriscados, como o brasileiro.

O movimento também vem sendo freado pelas commodities. Os preços futuros do barril de petróleo caíram 5% na quarta-feira, e fecharam em torno dos 50 dólares; o minério caiu 2,9% ontem e perdeu parte da alta de 12% no começo do ano. O impacto é claro em papéis importantes do pregão, como as ações preferenciais da mineradora Vale e da Petrobras, que têm quedas acumuladas de 9,08% e 4,15% nos primeiros oito dias do mês.

Os investidores e analistas seguem otimistas, principalmente de olho nas reformas por vir, como previdência e trabalhista. Quaisquer surpresas nessa seara devem manter a bolsa bem longe da esperada marca de 78.000 pontos.

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