Mercados

40% dos investidores entraram no mercado há "apenas" cinco anos

Pesquisa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) indica o recente crescimento e popularização do mercado de capitais

Bolsa de valores: cerca de 70% dos investidores que responderam à pesquisa têm formação superior (Germano Lüders/Exame)

Bolsa de valores: cerca de 70% dos investidores que responderam à pesquisa têm formação superior (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de outubro de 2020 às 13h12.

Última atualização em 26 de outubro de 2020 às 14h23.

Uma pesquisa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) indica o recente crescimento e popularização do mercado de capitais. A análise prévia das respostas de 5.000 pessoas revela que 40% começaram a investir nos últimos cinco anos, especialmente no meio digital.

Segundo Bruno Luna, chefe da assessoria de análise econômica e gestão de riscos (ASA/CVM), área responsável pela condução da pesquisa, já foi possível observar que uma parcela relevante do público-alvo já acessa investimentos mais sofisticados, como criptomoedas, derivativos e, inclusive, investimentos no exterior.

"O conhecimento sobre a existência de produtos de securitização e private equity, que foram foco na pesquisa, se mostrou elevado e há interesse desse público em acessar esses mercados", diz Luna, destacando que o público investidor em geral possui apetite por mais risco e diversificação de sua carteira de investimentos.

Cerca de 70% dos investidores que responderam à pesquisa têm formação superior, mas a CVM afirma que o estudo atingiu todos os níveis de escolaridade e faixas de renda, revelando o movimento de popularização do mercado de capitais brasileiro. Os meios digitais — como sites de corretoras e aplicativos — foram destacados como um dos principais canais de acesso aos investimentos, indicando um perfil de investidor mais autônomo.

Um dado que chamou a atenção dos pesquisadores foi a diferença entre participantes do sexo masculino e feminino: 89% foram homens e apenas 11% mulheres. Além disso, as respostas se concentraram na Região Sudeste (65%) e Sul (16%).

A ASA/CVM fará um levantamento mais detalhado dos diversos perfis de respondentes e suas características. A área também está estudando regras em outros mercados e a literatura econômica sobre formação de poupança e decisão de investimento.

O objetivo da CVM é concluir e divulgar o estudo de análise de impacto regulatório ainda em 2020 e realizar uma discussão mais ampla sobre futuros movimentos regulatórios relacionados às atuais regras e restrições de acesso aos diversos tipos de valores mobiliários.

Acompanhe tudo sobre:AçõesB3bolsas-de-valoresInvestimentos de empresas

Mais de Mercados

Realização de lucros? Buffett vende R$ 8 bilhões em ações do Bank of America

Goldman Sachs vê cenário favorável para emergentes, mas deixa Brasil de fora de recomendações

Empresa responsável por pane global de tecnologia perde R$ 65 bi e CEO pede "profundas desculpas"

Bolsa brasileira comunica que não foi afetada por apagão global de tecnologia

Mais na Exame