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Ibovespa sobe pelo 3º dia e retoma os 119 mil pontos com Congresso e Vale

Bolsas no exterior sobem depois de fortes resultados das bigtechs; dólar avança

 (Germano Lüders/Exame)

(Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 3 de fevereiro de 2021 às 09h37.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2021 às 18h18.

O Ibovespa seguiu buscando novas altas nesta quarta-feira, 03, na expectativa que a agenda econômica do ministro Paulo Guedes finalmente saia do papel com a promessa de “harmonia” entre os poderes Legislativo e Executivo. 

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O mercado local também se beneficiou da alta dos papéis da Vale (VALE3), empresa com maior peso na composição do índice. O Ibovespa subiu 1,26% e encerrou o pregão aos 119.724 pontos. Na máxima intradia, o índice chegou a tocar a marca simbólica dos 120 mil pontos.

No câmbio, o pregão foi marcado pela instabilidade do dólar frente ao real durante a manhã, com virada para alta no início da tarde. Depois de dois de queda da moeda, o tom mais cauteloso levou a divisa americana a subir 0,28%, encerrando o dia negociada a 5,37 reais.

Avanço da agenda econômica

Nesta quarta-feira, os novos presidentes do Congresso divulgaram a agenda prioritária do novo mandato. Arthur Lira (PP-AL), à frente da Câmara, e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado, se comprometeram a dar andamento nas reformas que estão nas duas Casas. 

“O mercado está otimista de que as reformas administrativa e tributária vão voltar a ser pautadas, mas ainda é preciso ver se isso vai se concretizar nas próximas semanas”, comenta Daniel Herrera, analista da Toro Investimentos.

Segundo Pacheco, ambos vão buscar prazo para o relatório final da reforma tributária, que prevê a simplificação no pagamento de impostos. O Senador disse ainda que sua Casa vai fazer a "discussão antecipada" da reforma administrativa que está na Câmara, entregue pelo governo em setembro do ano passado.

“A vitória de candidatos do governo na disputa pela presidência da Câmara e do Senado tem trazido um bom humor desde o início da semana, com a redução de riscos locais. Isso tem tido reflexo nas principais variáveis do país: a curva de juros fecha, a bolsa sobe e o real se valoriza”, comenta Henrique Esteter, analista da Guide.

Destaques da bolsa

A Vale (VALE3) avançou 3,16% na expectativa que o governo mineiro assine amanhã um acordo com a empresa para reparação dos danos provocados pelo rompimento da barragem de Brumadinho. A mineradora também avança em tom de recuperação, após a queda do minério de ferro na China provocar fortes desvalorizações nos últimos dias.

Outro ponto de destaque é a temporada de balanços, iniciada na semana passada e que começa agora a tomar forma. Depois de Cielo (CIEL3) e Itaú (ITUB4), nesta quarta-feira foi a vez do Santander (SANB11) apresentar seu resultado do quarto trimestre. 

No período, o banco registrou lucro societário de 3,86 bilhões de reais, levemente acima da estimativa mediana de 3,5 bilhões de reais colhida pela Bloomberg. Já o balanço do Bradesco (BBDC3;BBDC4) está previsto para ser divulgado após o encerramento do pregão.

Nos primeiros minutos de negociação, as ações do Santander chegaram a subir mais de 5% e liderar as altas do Ibovespa, mas durante o dia os papéis perderam força e viraram para queda e caíram 0,39%. 

Altas no exterior

As bolsas americanas subiam nesta quarta-feira, enquanto os investidores repercutem positivamente os balanços do quarto trimestre das bigtechs Amazon e da Alphabet, controladora do Google. 

As ações da Alphabet saltaram 7,24% depois que a empresa registrou um crescimento de 23% nas receitas e superou as estimativas de ganhos de Wall Street, que projetavam alta de 15%. 

A Amazon também demonstrou resultados fortes. Com crescimento de 44% na receita do último trimestre de 2020, a companhia terminou o ano com faturamento recorde de 386,1 bilhões de dólares. Porém, a saída de Jeff Bezos do comando da companhia trouxeram cautela para os mercados. A ação da empresa caiu 2,05%.

Dois dos principais índices americanos fecharam o pregão em terreno positivo. O Dow Jones teve alta de 0,12%, aos 30.723 pontos, enquanto o S&P500 avançou 0,1%, para 3.830 pontos. Já o índice de tecnologia Nasdaq registrou leves perdas de 0,02%, aos 13.610 pontos.

Na Europa, as ações italianas registraram a melhor sessão em quatro semanas nesta quarta-feira, depois que o ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) Mario Draghi aceitou a tarefa de formar um novo governo. O índice FTSE MIB de Milão fechou em alta de 2,09%.

No índice pan-europeu STOXX 600, a montadora alemã Daimler foi o principal impulso depois de a empresa revelar planos para desmembrar seu negócio de caminhões para se concentrar em veículos com emissão zero e tecnologias de direção autônoma. Os papéis da companhia subiram 8,9%, enquanto o índice STOXX 600 teve valorização de 0,33% na sessão. Já o índice DAX da Alemanha subiu 0,7%, atingindo o maior nível em duas semanas.

Dados do dia

Dados da economia europeia também ajudam a dar o tom positivo às bolsas globais. Nos principais países do continente, os índices de gerente de compras (PMIs, na sigla em inglês) composto e do setor de serviços saíram acima do esperado.

As expectativas, contudo, eram baixas e foram superadas mesmo com os índices ficando abaixo dos 50 pontos que delimitam a expansão da contração da atividade.  Na Zona do Euro, o PMI composto ficou em 47,8 pontos ante expectativa de 47,5 pontos. Entre as maiores economias , somente a Alemanha ficou com o PMI composto acima dos 50 pontos.

Outro dado econômico que veio acima das expectativas foi o de variação dos empregos privados dos Estados Unidos, também conhecido como "prévia" do relatório oficial de empregos não-agrícolas, o payroll. Feita pelo Instituto ADP, a pesquisa revelou criação de 174.000 postos de trabalho em janeiro, superando em mais de 3 vezes as estimativas de 49.000 novos empregos.

Considerado pelo mercado como o dado mais importante da economia mundial, o payroll será divulgado nesta sexta-feira, 5. Na última divulgação, foram registradas perdas de 149.000 vagas no país - a primeira queda desde o início da recuperação do mercado de trabalho americano, em maio.

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