( oatawa/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 3 de abril de 2024 às 07h00.
Mesmo com cenário de queda de juros no Brasil e no mundo, a demanda por investimentos de renda fixa se mantém e, entre as principais opções escolhidas pelos investidores, os CDBs e o Tesouro Direto estão no topo da lista.
Nesse sentido, é importante entender o que é cada um deles e principalmente saber se o tesouro direto ou CDB é mais vantajoso, ou não para você.
Por isso, a seguir você entenderá tudo sobre cada uma dessas modalidades de renda fixa e as suas principais vantagens e desvantagens.
O Certificado de Depósito Bancário, conhecido popularmente no mercado financeiro como CDB, é um título de renda fixa emitido por instituições financeiras e é uma forma delas captarem recursos para, posteriormente, emprestá-los.
Nesse sentido, o CDB é uma maneira dos investidores emprestarem os seus recursos às instituições financeiras em troca de uma remuneração, a qual poderá ser pós-fixada, prefixada ou híbrida (são os que remuneram IPCA+taxa).
Esses recursos alocados em CDB são, em parte, emprestados pelos bancos aos agentes da economia que não possuem capital e a diferença entre a taxa paga ao investidor e a cobrada do tomador gera o famoso spread, que é a remuneração da instituição que intermediou ambos os negócios.
Uma das grandes características presentes nos CDBs é a liquidez, isto é, o investidor consegue resgatar os valores aplicados de forma rápida e fácil, sendo que geralmente os recursos são creditados em conta no mesmo instante da solicitação do resgate,
O Tesouro Direto é a plataforma criada pelo Governo Federal, mais especificamente pela Secretaria do Tesouro Nacional, no ano de 2002.
É por meio dela que os investidores têm acesso aos títulos emitidos pelo Governo, ou seja, da mesma maneira que ocorre com o CDB para as instituições financeiras, o Tesouro Direto é uma forma do Governo arrecadar recursos.
Portanto, ao comprar um título do Tesouro Direto, o investidor está emprestando os seus recursos para o Governo, que em contrapartida remunera a aplicação pelo prazo que ela ficará aplicada.
Importante destacar, que existem 3 grandes títulos que são negociados em seus mais variados vencimentos: Tesouro Selic, Tesouro Prefixado (LTN e NTN-F) e o Tesouro IPCA.
Após entender cada um dos investimentos, a dúvida que fica para o investidor é: o que rende mais cdb ou tesouro direto?
Para responder essa pergunta é necessário entender que a remuneração de cada uma dessas aplicações está intimamente relacionada com o risco do emissor.
Nesse sentido, o Governo Federal é a entidade de menor risco de calote, ou seja, investindo no Tesouro Direto as chances de você não receber os seus recursos é muito baixa.
Por essa razão, as taxas dos títulos públicos tendem a ser menores, mas apenas quando comparadas a instituições que possuem um risco de crédito maior.
Assim, ao analisar os CDBs dos grandes bancos que operam no Brasil, as taxas ficam muito próximas daquelas pagas pelo Tesouro, com algumas pequenas diferenças.
No mercado atual, dificilmente o investidor encontra CDBs que remuneram abaixo da taxa de juros básica da economia, ou seja, os CDBs atualmente remuneram minimamente 100% do CDI, quando são da classe de pós-fixados.
Quando partimos para os CDBs prefixados e atrelados à inflação, aí podem existir diferenças bem impactantes na remuneração quando comparadas as aplicações do Tesouro Direto.
Isso ocorre em virtude do fato, principalmente dos títulos de inflação, apresentarem maior incerteza em relação aos valores que serão remunerados, portanto as instituições financeiras, por defesa, tendem a pagar uma taxa de IPCA+prefixado menor que os títulos IPCA + do Tesouro Direto.
Já os títulos prefixados apresentam remunerações bem parecidas com as apresentadas nos títulos LTN e NTN-F.
Os títulos do Tesouro Direto são os mais seguros emitidos dentro do país, uma vez que apresentam aquele famoso “risco soberano”.
Esse ponto é crucial para entender se o tesouro direto ou cdb rende mais, já que o risco atrelado ao emissor da dívida é o ponto que fará a taxa ser menor ou maior.
Nesse sentido, ao comparar, por exemplo, o título Tesouro Selic, que paga 100% da Selic mais uma pequena taxa prefixada, ele rende mais do que os CDBs dos grandes bancos que rendem 100% do CDI, mas isso ocorre na margem, ou seja, é uma pequena diferença.
Essa diferença ocorre em virtude de que o CDI, indexador utilizado nas aplicações emitidas por instituições financeiras, é 0,10 pp menor do que a Selic, o que gera um impacto na comparação dos títulos que são atrelados a esses dois indicadores.
Agora, nos títulos prefixados e atrelados à inflação, geralmente as rentabilidades dos títulos públicos são maiores, fazendo com que eles remunerem mais os investidores.
Porém, é importante pontuar que no caso de instituições financeiras de maior risco, as remunerações serão maiores do que as do Tesouro Direto, já que quanto maior o risco maior a taxa demandada pelos investidores.
Em resumo, para os CDBs de títulos do Tesouro Direto de nível de risco parecido, as remunerações do Tesouro são maiores na margem, apenas.
Como ocorre com todos os investimentos, o Certificado de Depósito Bancário apresenta vantagens e desvantagens aos investidores.
Nessa linha, é possível destacar como as principais vantagens dos CDBs:
Por outro lado, também existem as desvantagens dentro dessa modalidade de aplicações, sendo a maior delas a Tributação, já que eles possuem, assim como grande parte dos títulos de renda fixa, imposto de renda regressivo, que inicia em 22,5%, além do IOF para resgates antes de 30 dias da aplicação.
Apesar de ser o investimento com o menor risco no mercado nacional, o Tesouro Direto tem suas particularidades, tanto no que diz respeito às vantagens quanto às desvantagens.
Entre as vantagens do Tesouro Direto, destacam-se:
Já no que diz respeito às desvantagens dessa modalidade de investimento, tem-se:
Assim, independente se será escolhido tesouro direto ou CDB, o investidor deve entender quais são as vantagens e desvantagens de cada um e encaixar qual a melhor opção para as suas necessidades.