Porto de Tianjin, na China: terminais automatizados com 5G e IA (VCG/VCG/Getty Images)
Ferramenta de inteligência artificial
Publicado em 2 de outubro de 2024 às 11h35.
Última atualização em 7 de outubro de 2024 às 13h32.
A China está liderando uma revolução tecnológica nos portos marítimos, combinando 5G e inteligência artificial (IA) para criar "portos inteligentes". Essa transformação promete redefinir o comércio global com operações mais eficientes, seguras e sustentáveis.
No Porto de Tianjin, o maior porto do mundo, um novo terminal totalmente automatizado foi construído em menos de dois anos. O Terminal C, controlado por inteligência artificial, funciona 24 horas por dia utilizando uma frota de 76 caminhões autônomos movidos a energia renovável. O terminal também é alimentado por turbinas eólicas, o que o torna um exemplo de operação com zero emissões de carbono.
Os guindastes automatizados desse porto são 20% mais eficientes que os operados manualmente, movimentando 39 contêineres por hora. A atuação também chega em alguns návios, que são autônomos e não necessitam da habilidades de um prático, profissional responsável por "estacionar" a embarcação e que pode ganhar até US$ 60 mil dólares por período trabalhado. Ao expandir o modelo, a profissão pode ser transformada, com um piloto controlando várias embarcações em simultâneo.
No Porto de Qingdao, que foi pioneiro na implementação da tecnologia 5G, a rede suporta o tráfego de dados de mais de 30 câmeras em alta definição e o controle remoto dos guindastes automatizados. O impacto dessa inovação é visível na economia e na sustentabilidade. A automação reduziu os custos de mão de obra em 70%.
Outros países começam a seguir o exemplo da China. Nos Estados Unidos, o Porto de Virgínia recentemente implementou uma rede privada 5G como preparação para adotar sensores de IoT e aplicações de inteligência artificial. No Brasil, o Porto de Leixões foi o primeiro a utilizar a rede 5G, em 2021, empregando drones para monitorar operações complexas e aumentar a segurança.
Especialistas acreditam que essa tendência se espalhará rapidamente. As operações portuárias que não se adaptarem a essa nova realidade correm o risco de ficarem para trás na competição global.