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O paradoxo da produtividade: o erro comum na implementação de IA nas empresas

Muitas empresas subestimam o tempo e os recursos necessários para a adoção eficaz de IA, resultando em frustração e baixo ROI

(DALL·E/Reprodução)
Miguel Fernandes

Chief Artificial Intelligence Officer da Exame

Publicado em 30 de agosto de 2024 às 16h19.

Última atualização em 30 de agosto de 2024 às 16h20.

A inteligência artificial (IA) virou sinônimo de eficiência e inovação. Mas muitas empresas cometem um erro crucial: subestimam o tempo e os recursos necessários para uma implementação eficaz. Este equívoco frequentemente resulta em frustração, baixo retorno sobre o investimento (ROI), resistência à tecnologia e prejuízo.

O paradoxo da produtividade

Imagine Maria, uma dedicada profissional de RH em uma grande empresa. Seu dia típico é preenchido com o envio de holerites, uma tarefa que consome suas oito horas diárias de trabalho. Quando a liderança anuncia entusiasticamente a adoção de IA para “aumentar a produtividade”, Maria se vê em um dilema:

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Como ela pode dedicar tempo para aprender, customizar e incorporar uma nova ferramenta de IA? Reduzir o tempo gasto com holerites não é uma opção viável, pois isso impactaria negativamente uma função crítica da empresa.

Este cenário ilustra o paradoxo enfrentado por muitas organizações: a expectativa de que a IA trará benefícios imediatos sem considerar o tempo necessário para sua integração efetiva e sem oferecer nenhum tipo de guia ou orientação aos colaboradores.

A realidade da implementação de IA

Depois de dezenas de conversas que tive com líderes de empresas no último ano, percebi um padrão. Aquelas que têm sucesso com IA adotam uma abordagem baseada em 3 pilares:

O caminho para o ROI com IA

Para evitar o erro comum de uma implementação apressada, as empresas devem adotar uma abordagem mais estratégica e holística. É fundamental que as organizações avaliem realisticamente o processo de adoção de IA, compreendendo que se trata de um investimento de tempo e recursos, não uma solução instantânea. Um planejamento estratégico é essencial, incluindo o desenvolvimento de um roteiro claro para a implementação, com marcos bem definidos e métricas de sucesso mensuráveis.

Igualmente importante é o investimento nas pessoas: as empresas devem priorizar o treinamento e desenvolvimento dos funcionários tanto quanto o investimento na tecnologia em si. Criar espaço para inovação é crucial, o que significa alocar tempo específico para que os funcionários explorem e experimentem com as novas ferramentas de IA sem comprometer suas responsabilidades diárias.

Aqui na EXAME, minha missão inclui ajudar empresas, instituições e até o governo a melhorar sua produtividade através da IA. Com os programas da EXAME Corporate, transformamos nossa experiência e conhecimento do mercado brasileiro em soluções personalizadas. Apoiamos organizações a superar desafios na adoção de IA, compartilhando as melhores práticas e ferramentas para impulsionar sua eficiência.

É vital fomentar uma cultura de aprendizado contínuo, incentivando a curiosidade e a adaptabilidade como valores fundamentais da organização. Essa abordagem não apenas facilita a adoção de IA, mas também prepara a empresa para futuras inovações tecnológicas.

A adoção bem-sucedida de IA nas empresas vai muito além de uma simples ordem da liderança. Requer um compromisso com a transformação, reconhecendo que o verdadeiro poder da IA só é desbloqueado quando as pessoas têm o tempo, os recursos e o suporte necessários para integrá-la efetivamente em seu trabalho diário.

As organizações que entenderem isso mais rápido estarão posicionadas para colher os benefícios imediatos da IA, e criar uma cultura de inovação contínua que as manterá à frente em um mundo em rápida evolução tecnológica.

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