Inteligência Artificial: Desafios e soluções sustentáveis no consumo energético (Freepik)
Agência de Notícias
Publicado em 11 de outubro de 2024 às 22h15.
O impacto ambiental gerado pela demanda energética destinada à implementação e ao funcionamento dos sistemas de inteligência artificial (IA) é um dos principais desafios que precisam ser superados para que esta tecnologia possa expandir de forma sustentável, segundo especialistas do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE).
“A questão da sustentabilidade desses modelos é um grande desafio porque eles são muito caros, computacionalmente e em termos energéticos”, afirmou Esther Colombini, professora de IA e robótica da Unicamp e integrante do IEEE.
Colombini também destacou que essa alta demanda energética “implica numa pegada de carbono muito grande”.
Segundo um estudo da startup Hugging Face e da Universidade Carnegie Mellon, gerar uma única imagem usando um modelo de IA consome energia equivalente à carga completa de um smartphone. Além disso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) informou que as consultas ao ChatGPT consomem dez vezes mais eletricidade do que uma pesquisa no Google, devido à demanda dos centros de dados de IA.
Esses efeitos também foram sentidos por gigantes tecnológicas, como o Google, que registrou um aumento de 50% nas emissões de carbono em 2023, comparado a 2019, e a Microsoft, que teve um aumento de 30% desde 2020.
Outro ponto levantado por Colombini é a necessidade de criação de políticas públicas para o monitoramento das pegadas de carbono da cadeia de IA. Além disso, ela mencionou a importância de desenvolver modelos mais sustentáveis, capazes de reduzir o impacto ambiental.
Entre as tendências emergentes, destaca-se a tecnologia dos Gêmeos Digitais, que oferece menos impacto ambiental ao simular ambientes virtuais para soluções em setores como eletroeletrônicos, agroindústria e saúde. Cristiane Pimentel, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), afirmou que, com essa tecnologia, “é possível avançar sem necessariamente gerar impacto negativo”.