Startup que cultiva alimentos no deserto recebe aporte de US$ 60 mi
Pure Harvest, dos Emirados Árabes Unidos, quer diminuir necessidade de importação de alimentos em países de clima desértico
Thiago Lavado
Publicado em 16 de março de 2021 às 09h16.
A startup de tecnologia em agricultura Pure Harvest, de Abu Dhabi , anunciou um novo aporte de 60 milhões de dólares para expandir sua atuação no Oriente Médio. A informação é da rede americana CNBC.
A empresa cultiva frutas e vegetais em estudas no deserto dos Emirados Árabes Unidos e já tem planos de fazer o mesmo em outros países de clima semelhante, como a Arábia Saudita e o Kuwait.
Nesses lugares, o clima do deserto faz com que parte dos alimentos, especialmente os mais frescos, precisem ser importados, e a pandemia de covid-19 trouxe riscos adicionais.
Com a captação, a empresa já pretende ampliar portfólio de produção e iniciar um projeto na Arábia Saudita.
Apesar do sucesso em levantar os fundos — até agora já foram 200 milhões de dólares —, a Pure Harvest tem desvantagem em relação a agritechs de outros países com mercado de investimento de risco mais desenvolvido, como os Estados Unidos e a Ásia.
"Em uma indústria como a nossa, que é extremamente intensiva em capital, estamos relativamente subfinanciados", disse o CEO e cofundador Sky Kurtz à CNBC.
Outros negócios do setor, como a agritech americana Plenty, já levantaram mais de 500 milhões de dólares junto a investidores.
O mercado de investimento de risco está em desenvolvimento no Oriente Médio. Nesta rodada, a empresa recebeu 50 milhões de dólares via títulos islâmicos conhecidos como sukuk, que são um instrumento de débito em linha com a Shariah, lei canônica do Islã. A Shuaa Capital liderou o aporte.
Outros 10 milhões de dólares foram levantados junto à Sancta Capital, com investidores novos e recorrentes da Pure Harvest.