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Pego ou pegado: qual está correto? Professor de português explica

Professor Diogo Arrais explica a diferença entre os termoa

dicionário (Giovanna Faustini/flickr/Flickr)

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Publicado em 29 de agosto de 2024 às 20h33.

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Em nossa Língua Portuguesa, existem diversos verbos com dois particípios, como é o caso de "suspender": suspendido e suspenso. São os chamados verbos abundantes, com o uso em obediência a um princípio.

O professor de português, Diogo Arrais, ensina como usar corretamento os particípios. Confira a lição.

Usa-se o particípio regular (finalizado em -ado, -ido) com os verbos "ter" e "haver":

"O prefeito tem suspendido vários projetos úteis."

"Eles haviam suspendido a reforma."

Já o particípio irregular (forma mais curta e de terminação variável) é usado com os verbos "ser" e "estar":

"Os projetos estão suspensos neste período."

"Os jornalistas foram suspensos pelo sindicato."

Acrescenta o gramático Napoleão Mendes:

Um particípio pode estar exercendo função predicativa sem que venha expresso no período o verbo de ligação, o que se dá com o predicativo do sujeito e com o predicativo do objeto: "Suspenso pelo diretor, ele pediu transferência."

A polêmica entre pego e pegado

Devido ao uso, o verbo “pegar” acabou se tornando, no Brasil, abundante. Reforço que deve ser observado o verbo auxiliar (como exposto mais acima):

“A Polícia tinha pegado prova contra o traficante.”

ou

“Prova contra o traficante foi pega (é ou ê) pela Polícia.”

Etimologicamente, o particípio irregular “pego” não possui lógica. As formas verbais “secado” e “seco”, por exemplo, advém do Latim “siccare” e “sicus” respectivamente. Para o verbo “pegar”, o Latim registra apenas “picare - pegado”, e nunca “picus - pego”.

Apesar dessa falta de lógica, "pego" é usado e existente nestas terras machadianas.

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