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Lições de liderança com Guta Tolmasquim

Em aula da Faculdade Exame, CEO da Purple Metrics compartilhou suas melhores práticas de liderança, incluindo a principal competência para o sucesso profissional

Guta Tolmasquim, CEO e fundadora da Purple Metrics (Johnnie Mello/Divulgação)

Guta Tolmasquim, CEO e fundadora da Purple Metrics (Johnnie Mello/Divulgação)

Pedro Consoli
Pedro Consoli

Redator da Faculdade Exame

Publicado em 29 de agosto de 2024 às 19h11.

Última atualização em 29 de agosto de 2024 às 19h16.

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“Como você está?”

Esta é a primeira pergunta que Guta Tolmasquim, fundadora e CEO da Purple Metrics, faz para seus liderados em todas as reuniões individuais. Para ela, conhecer as pessoas com quem você trabalha é um dos maiores facilitadores para a liderança.

“Hoje, as pessoas são habituadas a falar; como líder, é preciso se habituar a ouvir,” afirma.

Por isso, toda segunda-feira, Guta promove uma reunião no primeiro horário, com todos os membros de sua equipe, e os convida a falar sobre os destaques de seus fins de semana.

Ela explica que esse modelo de reunião não é escalável, mas é importante da mesma forma, principalmente porque sua empresa é 100% remota, com funcionários espalhados em seis fuso-horários diferentes.

Você tem que conhecer as pessoas para saber como falar com elas,” diz. “E isso não é nem sobre elas, é sobre você saber o que tem que fazer quanto aquela pessoa.”

Ser líder também é sobre apontar para o lado certo e dirigir a equipe para o sucesso, mas, não é tão fácil. Muitos dizem que um time é como se fosse uma orquestra, onde o maestro comanda e os outros seguem. Para Guta, é mais como um bloco de Carnaval, principalmente no mundo das startups.

“Alguém vai puxar uma música, alguém tem que levar água para a banda, aí você vai indo, sem qualquer ensaio. O importante é você se divertir,” compara. “E a pessoa que é CEO consegue representar o bloco porque ela é a perna de pau mais alta e consegue ver o caminho.”

Durante uma aula da Faculdade Exame com a diretora Heloisa Jardim, Guta também compartilhou algumas outras práticas que aplica em seu dia a dia como líder:

Autenticidade

Não é sustentável manter uma "máscara" ou tentar se encaixar em um modelo que não reflete quem você realmente é. Seja como líder ou como liderado, identifique e alavanque suas forças naturais em vez de tentar se adequar a um molde. "O grande desafio é você achar quem você é e estar confortável com isso," diz.

Autonomia e transparência

Guta dá autonomia a sua equipe, ao mesmo tempo em que se insere em todos os níveis do processo, de forma a entender como o produto funciona. Além disso, ela mantém um alto nível de transparência. Isso implica em compartilhar o máximo de contexto possível para que todos saibam o que está acontecendo na empresa. "Tem coisas que eu entendo que não vale a pena falar, mas eu divido tudo até antes das coisas estarem prontas," explica.

Assim, sua equipe consegue acompanhar o processo inteiro, criando um ambiente de diálogo livre que contribui com o desenvolvimento do projeto.

Cultura de feedbacks contínuos

Feedbacks não deveriam ser limitados ou sequer associados a avaliações de desempenho. É interessante criar um ambiente seguro para as pessoas compartilharem seus pensamentos e ideias livremente. Na Purple Metrics, Guta criou a cultura do feedback escrito.

Ela percebeu que quando você escreve para alguém, seu raciocínio se estrutura de uma forma que não acontece durante a fala. “Se eu vou te dar um feedback agora, vai ser de alguma coisa que me incomodou nesse momento,” conta. “Mas se eu parar, pensar e escrever, eu vou chegar em um outro lugar de profundidade.”

Quando recebe feedbacks, ela mesma publica, em um mural virtual, todos os pontos de melhoria nos quais ela está trabalhando. "Depois que eu comecei a fazer isso, eu passei a receber muito mais retorno dos meus diretos."

Esteja disposto a errar

Cultive uma cultura onde o fracasso é visto como uma oportunidade de crescimento. Guta incentiva seu time a testar, arriscar, errar, aprender e tentar de novo.

"O ser humano precisa ter tanto orgulho do seu currículo de falhas quanto do seu currículo do LinkedIn."

Essa cultura de prototipação é particularmente útil em startups e empresas de tecnologia, onde se busca inovar cada vez mais a cada segundo. Líderes precisam estar prontos para experimentar novas abordagens a todo o momento, afinal, o mundo está em constante mudança.

A competência do sucesso

Para Guta, só há uma competência necessária para suceder como profissional, e, principalmente, como líder: a paixão.

Não é necessário saber programar ou falar três idiomas para ter sucesso, o importante é amar aquilo que você faz. “Você vê a sua obsessão em tudo, e você vai acabar ficando bom naquilo porque vai se dedicar muito.”

Guta associa a paixão com um playground, onde crianças se machucam, choram, levantam-se e seguem brincando, sem nunca querer ir embora.

“O único traço comum que eu vejo em pessoas de sucesso é uma paixão, uma obsessão bizarra de pessoas que deram a sorte de achar uma coisa que elas amam e não vão largar,” completou.

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