Imprensa revela face oculta do sigilo bancário na Suíça
Batizada de "SwissLeaks", a investigação é uma viagem ao coração da fraude fiscal e revela os artifícios utilizados para dissimular dinheiro não declarado
Da Redação
Publicado em 9 de fevereiro de 2015 às 10h15.
Zurique - A face oculta do sigilo bancário na Suíça foi revelado neste domingo à noite pelo jornal francês Le Monde e outro meios de comunicação internacionais, que tiveram acesso a dados obtidos por um técnico de informática, Hervé Falciani, ex-funcionário do banco HSBC em Genebra.
Batizada de "SwissLeaks", a investigação é uma verdadeira viagem ao coração da fraude fiscal e revela os artifícios utilizados para dissimular dinheiro não declarado.
Durante muitos anos, as informações copiadas por Falciani, ex-técnico de informática da filial suíça do banco britânico, eram conhecidas apenas pela justiça e algumas administrações fiscais, mas alguns elementos foram vazados para a imprensa.
O jornal Le Monde teve acesso aos dados bancários de mais de 100.000 clientes e passou a informação ao Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ na sigla em inglês), que tem sede em Washington, que compartilhou as informações com quase 50 meios de comunicação internacionais.
Os dados, analisados por 154 repórteres de 47 países, correspondem ao período que vai de 2005 a 2007. Bilhões teriam transitado por estas contas de Genebra, dissimuladas, entre outras, por estruturas offshore no Panamá e nas Ilhas Virgens britânicas.
A fraude fiscal envolve muitas personalidades francesas e estrangeiras, afiram o Le Monde.
"Infrações passadas"
O banco não comentou as revelações até o momento, mas o jornal Le Monde publica em sua edição digital uma resposta do HSBC na qual reconhece as "infrações passadas" e assegura que há vários anos adotou muitas iniciativas para impedir a utilização de seus serviços para a evasão fiscal ou a lavagem de dinheiro.
Os dados analisados mostram perfis muito díspares.
Entre os nomes mencionados pela imprensam figuram o rei Mohamed VI de Marrocos e o rei Abdullah II da Jordânia, personalidades da moda como a modelo Elle McPherson e a estilista Diane von Fürstenberg, a atriz Joan Collins, o piloto de motos Valentino Rossi, o ator John Malkovich e o humorista Gad Elmaleh.
Na França, o jornal parisiense cita Jacques Dessange, fundador de uma rede de salões de beleza, titular de uma conta na filial suíça do HSBC que chegou a ter até 1,6 milhão de euros entre 2006 e 2007, segundo os arquivos consultados.
Tanto Elmaleh como Dessange pagaram multas para regularizar a situação, segundo o jornal.
O jornal suíço Le Temps, uma das publicações associadas à investigação, destaca nomes de personalidades expostas politicamente, como .
Le Temps também cita o ex-ministro haitiano Frantz Merceron e o ex-ministro egípcio da Indústria e Comércio Rashid Mohamed Rashid, condenado a cinco anos de prisão em junho de 2011 por abuso de bens sociais procedentes de recursos para o desenvolvimento do país.
"O HSBC Private Bank (Suíça) continuou oferecendo serviços a clientes que haviam sido citados desfavoravelmente pela Nações Unidas, em documentos legais e na imprensa por seus vínculos com o tráfico de armas de guerra, diamantes ou corrupção", denuncia o ICIJ.
O sigilo bancário na Suíça foi reduzido consideravelmente e a pressão de vários governos aumentou sobre instituições bancárias para tentar impedir a fraude fiscal.
Zurique - A face oculta do sigilo bancário na Suíça foi revelado neste domingo à noite pelo jornal francês Le Monde e outro meios de comunicação internacionais, que tiveram acesso a dados obtidos por um técnico de informática, Hervé Falciani, ex-funcionário do banco HSBC em Genebra.
Batizada de "SwissLeaks", a investigação é uma verdadeira viagem ao coração da fraude fiscal e revela os artifícios utilizados para dissimular dinheiro não declarado.
Durante muitos anos, as informações copiadas por Falciani, ex-técnico de informática da filial suíça do banco britânico, eram conhecidas apenas pela justiça e algumas administrações fiscais, mas alguns elementos foram vazados para a imprensa.
O jornal Le Monde teve acesso aos dados bancários de mais de 100.000 clientes e passou a informação ao Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ na sigla em inglês), que tem sede em Washington, que compartilhou as informações com quase 50 meios de comunicação internacionais.
Os dados, analisados por 154 repórteres de 47 países, correspondem ao período que vai de 2005 a 2007. Bilhões teriam transitado por estas contas de Genebra, dissimuladas, entre outras, por estruturas offshore no Panamá e nas Ilhas Virgens britânicas.
A fraude fiscal envolve muitas personalidades francesas e estrangeiras, afiram o Le Monde.
"Infrações passadas"
O banco não comentou as revelações até o momento, mas o jornal Le Monde publica em sua edição digital uma resposta do HSBC na qual reconhece as "infrações passadas" e assegura que há vários anos adotou muitas iniciativas para impedir a utilização de seus serviços para a evasão fiscal ou a lavagem de dinheiro.
Os dados analisados mostram perfis muito díspares.
Entre os nomes mencionados pela imprensam figuram o rei Mohamed VI de Marrocos e o rei Abdullah II da Jordânia, personalidades da moda como a modelo Elle McPherson e a estilista Diane von Fürstenberg, a atriz Joan Collins, o piloto de motos Valentino Rossi, o ator John Malkovich e o humorista Gad Elmaleh.
Na França, o jornal parisiense cita Jacques Dessange, fundador de uma rede de salões de beleza, titular de uma conta na filial suíça do HSBC que chegou a ter até 1,6 milhão de euros entre 2006 e 2007, segundo os arquivos consultados.
Tanto Elmaleh como Dessange pagaram multas para regularizar a situação, segundo o jornal.
O jornal suíço Le Temps, uma das publicações associadas à investigação, destaca nomes de personalidades expostas politicamente, como .
Le Temps também cita o ex-ministro haitiano Frantz Merceron e o ex-ministro egípcio da Indústria e Comércio Rashid Mohamed Rashid, condenado a cinco anos de prisão em junho de 2011 por abuso de bens sociais procedentes de recursos para o desenvolvimento do país.
"O HSBC Private Bank (Suíça) continuou oferecendo serviços a clientes que haviam sido citados desfavoravelmente pela Nações Unidas, em documentos legais e na imprensa por seus vínculos com o tráfico de armas de guerra, diamantes ou corrupção", denuncia o ICIJ.
O sigilo bancário na Suíça foi reduzido consideravelmente e a pressão de vários governos aumentou sobre instituições bancárias para tentar impedir a fraude fiscal.