Estado Islâmico executa oito sunitas no norte do Iraque
A matança começou na sexta-feira à noite, quando um par de mascarados armados do Estado islâmico assassinaram abertamente um policial na aldeia de al-Jumasah
Da Redação
Publicado em 14 de setembro de 2014 às 11h39.
Bagdá - Militantes do Estado Islâmico executaram publicamente oito homens sunitas em uma pequena aldeia do norte do Iraque no fim de semana por supostamente conspirar contra o grupo, disse uma testemunha ocular da vila à Reuters neste domingo.
A matança começou na sexta-feira à noite, quando um par de mascarados armados do Estado islâmico assassinaram abertamente um policial na aldeia de al-Jumasah depois que o grupo o acusou de espionar para as forças militares curdas e iraquianas, disse a testemunha. Os militantes do Estado Islâmico reuniram moradores locais para assistir à execução na aldeia, a cerca de 120 quilômetros ao norte de Tikrit.
"Os membros do Estado Islâmico disseram que este é o destino de qualquer um que se oponha a eles", disse a testemunha. "Eles apresentaram como evidência CDs e cópias de correspondências do homem com as forças de segurança." Depois que o policial foi executado, um pequeno grupo armado abriu fogo em vingança contra a casa de um funcionário do Estado Islâmico.
No sábado de manhã, disse a testemunha, dez carros do Estado Islâmico dirigiram ao redor de al-Jumasah com dois informantes mascarados, que ajudaram os combatentes a identificar dez pessoas que eles suspeitavam de terem atacado a casa de seu partidário na noite anterior. Naquela noite, três pessoas foram liberadas e outras sete - todas exceto uma parentes do policial morto - foram executadas.
O Estado Islâmico, que tomou grande parte do norte do Iraque em junho, controla grande parte das províncias de Salahuddin, Nineveh, Diyala e Anbar, muitas vezes em colaboração com grupos armados menores, e declarou um Califado Islâmico no Iraque e na Síria. O novo primeiro-ministro, Haider al-Abadi, espera convencer a minoria sunita do Iraque a se rebelar contra o Estado Islâmico, mas muitos continuam profundamente desconfiados da elite xiita governante do país.
As esperanças de uma revolta sunita também são complicadas pela crueldade do Estado Islâmico, que tem intimidado, prendido ou matado aqueles que os rejeitam em comunidades sunitas.