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Enel diz ao governo que não pretende vender controle da concessão em São Paulo

Venda era vista como saída rápida para crise após cinco apagões em menos de dois anos na capital paulista

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 22 de dezembro de 2025 às 16h45.

Última atualização em 22 de dezembro de 2025 às 16h45.

Executivos da Enel informaram ao Ministério de Minas e Energia (MME) que a empresa não pretende vender o controle da concessão de distribuição de energia em São Paulo. A informação foi divulgada pelo portal UOL e frustra uma das alternativas consideradas pelo governo federal para encerrar a crise no fornecimento de energia no Estado.

A possível venda da distribuidora era vista, nos bastidores, como uma das soluções mais rápidas para enfrentar a sequência de apagões, já são cinco em menos de dois anos. Os episódios têm afetado principalmente a capital paulista e municípios da região metropolitana.

O recado da Enel foi dado por telefone ao secretário-executivo do MME, Arthur Valerio, na semana passada. A conversa ocorreu em meio a um impasse político que envolve o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

O contrato de concessão da Enel em São Paulo vence em 2028, mas a empresa já solicitou a renovação antecipada do acordo. A possibilidade de prorrogação ocorre mesmo diante das falhas recorrentes no fornecimento e das críticas à lentidão no restabelecimento da energia após grandes apagões.

Técnicos da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) sinalizaram internamente que a distribuidora, do ponto de vista regulatório, reúne condições para ter a concessão renovada. A avaliação leva em conta critérios técnicos e contratuais, ainda que o histórico recente de interrupções pese contra a imagem da empresa junto a autoridades locais e consumidores.

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