Future of Money

Uma única empresa possui quase 2% de todo o bitcoin: como isso pode afetar o mercado?

A MicroStrategy usa o investimento em bitcoin como estratégia de tesouraria e é a empresa listada em bolsa que mais possui unidades da criptomoeda, controlando quase 2% de sua circulação

 (Joe Raedle/Getty Images)

(Joe Raedle/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 20 de março de 2024 às 17h50.

Última atualização em 20 de março de 2024 às 17h55.

A MicroStrategy é uma empresa de inteligência empresarial, mas ficou famosa por sua estratégia de tesouraria envolver o investimento agressivo em bitcoin, a maior criptomoeda do mundo. Atualmente, a MicroStrategy é a empresa listada em bolsa que mais investe em bitcoin e possui quase 2% de todas as unidades da criptomoeda em circulação, o que pode preocupar especialistas.

O CEO e fundador da MicroStrategy, Michael Saylor, é um dos maiores defensores do bitcoin e até deixou o cargo de CEO em 2022 para se dedicar apenas ao investimento do dinheiro da empresa em bitcoin.

  • O JEITO FÁCIL E SEGURO DE INVESTIR EM CRYPTO. Na Mynt você negocia em poucos cliques e com a segurança de uma empresa BTG Pactual. Compre as maiores cryptos do mundo em minutos direto pelo app. Clique aqui para abrir sua conta gratuita.

Investimento da MicroStrategy em bitcoin

De acordo com dados do BitcoinTreasuries, a empresa é a listada em bolsa que mais investe em bitcoin e possui no momento 214.246 unidades da criptomoeda.

Já o bitcoin foi programado por seu criador anônimo Satoshi Nakamoto para ter um limite de até 21 milhões de unidades. Desse valor, mais de 19,6 milhões já foram mineradas, ou 93%.

Além disso, muitos bitcoins foram perdidos por seus investidores, principalmente nos primeiros anos de sua existência, quando uma unidade valia poucos centavos e muitos não davam a devida importância para o seu armazenamento seguro. Sendo assim, uma quantidade razoável dos bitcoins minerados está fora de circulação.

Pensando nisso, o patrimônio da MicroStrategy em bitcoin compõe cerca de 1,3 e 1,8% de todos as unidades em circulação. Outras empresas como a Block.one também possuem centenas de milhares de unidades de bitcoin. O governo norte-americano, por exemplo, possui mais de 200 mil unidades.

Uma grande acumulação de bitcoin pode gerar preocupações com a descentralização do projeto e o impacto que esses grandes detentores podem ter no mercado, caso decidam fazer vendas robustas de uma vez.

Histórico de impactos em outros mercados

No passado, mercados de ativos tradicionais já sofreram com o impacto de grandes detentores de ativos, de acordo com informações da Protos.

Um exemplo é o caso do cobre Sumitomo. Yasuo Hamanaka e R. David Campbell conceberam um esquema para impulsionar os preços do cobre e, ao mesmo tempo, criar uma procura falsa. Embora o preço do cobre tenha permanecido elevado durante anos, depois da dupla ter sido punida pelos reguladores pela sua impropriedade, os mercados do cobre entraram em colapso e permaneceram baixos durante quase uma década.

Outro exemplo famoso de manobra de mercado foi a “Quinta-feira de Prata”. Em 1980, os irmãos Hunt conseguiram controlar cerca de um terço de todos os mercados de prata negociados livremente – até que o preço caiu abaixo dos seus requisitos de margem e foram liquidados. Isso acabou levando os irmãos à falência e dizimando o preço da prata, que nunca recuperou essas altas.

O JEITO FÁCIL E SEGURO DE INVESTIR EM CRYPTO. Na Mynt você negocia em poucos cliques e com a segurança de uma empresa BTG Pactual. Compre as maiores cryptos do mundo em minutos direto pelo app. Clique aqui para abrir sua conta gratuita.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube Telegram | Tik Tok  

Acompanhe tudo sobre:CriptomoedasCriptoativosBitcoin

Mais de Future of Money

Por que as marcas não podem ignorar o blockchain: a transformação da interação com o consumidor

A solução para as barreiras de liquidez global nos investimentos

Investidores institucionais não acreditam em alta do bitcoin no curto prazo, aponta relatório

Dolce & Gabbana é processada nos EUA após problemas em coleção de NFTs

Mais na Exame