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The Merge: a vez da Ethereum impulsionar o mercado financeiro

Muito tem se falado sobre a atualização da Ethereum. Mas o que seria exatamente este evento e quais suas implicações para o mercado financeiro?

Atualização se iniciará em 6 de setembro (SOPA Images/Getty Images)

Atualização se iniciará em 6 de setembro (SOPA Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2022 às 10h00.

Por Alex Nascimento*

A Ethereum é a segunda maior blockchain e responsável pela criação de contratos inteligentes, que por sua vez, contribuíram para o desenvolvimento das últimas inovações financeiras: tokens não-fungíveis (NFTs), finanças descentralizadas (DeFi) e aplicativos descentralizados (DApps).

Visando expandir ainda mais suas aplicações, a Ethereum está se preparando para atualizar seu protocolo, convertendo seu mecanismo de consenso de Proof of Work (PoW) para um mecanismo de Proof of Stake (PoS).

Esta alteração no protocolo Ethereum, denominado de “The Merge”, afetará amplamente a economia do ecossistema da Ethereum. Esse update prevê atrair novos desenvolvedores interessados na criação de projetos Web3, reduzindo o gasto de energia necessária para a execução do processamento computacional da rede, tornando a Ethereum mais escalável através de sharding e, seu token nativo ether um ativo deflacionário.

(Mynt/Divulgação)

Dessa forma, a Ethereum 2.0 conquistará novos desenvolvedores que irão construir e investir em projetos e aplicativos para a Web3 como, NFTs, DeFi e DApps, devido ao aperfeiçoamento das novas métricas do blockchain, e que consequentemente, atrairá novos usuários e investidores, gerando grande crescimento econômico para a rede Ethereum e para o mercado.

Outro aspecto viabilizado pelo Merge, é a redução de 99,95% no gasto com energia para a processar as transações no blockchain. Com esta redução de consumo energético, a Ethereum cumprirá os padrões de investimento ambientalmente conscientes (ESG), seguindo uma grande demanda atual do mercado cripto e corporativo.

Ademais, a atualização da Ethereum permitirá a inserção do sharding em seu protocolo. Este processo permitirá que o blockchain suporte mais usuários na rede, além de proporcionar redução das taxas de transação e tempo de processamento, ou seja, o tempo para confirmação de uma transação poderá ser de até 12 segundos.

O Merge também limitará a emissão de Ether à 4,2% ao ano, transformando a moeda em um ativo deflacionário. Adicionado a este fato, e com o rendimento do Ether gerado através de staking, a relevância do blockchan aumentará, podendo transformar o token nativo em uma reserva de valor e com proteção contra a inflação, assim como o posicionamento do bitcoin.

Segundo um relatório emitido pela CoinShares, tem ocorrido um aumento significativo de investidores institucionais em fundos de Ether, os quais tem registrado entradas de capital de mais de US$ 159 milhões nas últimas semanas devido as recentes divulgações sobre o Merge. Este crescimento do mercado está atraindo a atenção de grandes players, que estão investindo e oferecendo oportunidades de investimento em Ether.

A Staked, fornecedora de serviços de staking, criou um fundo de ETH visando retornos de 6,5% à 8% ao ano, a partir do depósito (staking) de 32ETH.

A Coinbase, que atualmente possui 15% de participação em ativos Ether, também está disponibilizando serviços de staking aos seus clientes institucionais. Este novo serviço poderá aumentar a receita da Coinbase, bem como de outras exchanges. Segundo o JP Morgan, a Coinbase terá US$ 650 milhões em receita adicional com o novo serviço relacionado ao mecanismo de staking após o Merge da Ethereum.

Já o tradicional banco Goldman Sachs em parceria com a Galaxy Digital, desenvolveram um fundo institucional com exposição ao Ether. O Goldman Sachs receberá uma taxa por recomendar clientes para o fundo Ethereum da Galaxy. O investimento mínimo para o fundo é de US$ 250 mil e já gerou US$ 50 milhões em vendas, nos últimos 12 meses.

Dessa forma, a Ethereum e seu ativo vem ganhando espaço no mercado, a medida que o Merge se aproxima, e consequentemente, serviços destinados a esta moeda e blockchain vem ganhando mais adeptos. Apesar de concorrentes, como Solana e Cardano terem tomado market share da Ethereum nos últimos anos, o Merge trará ainda mais usuários para a Ethereum e maior competitividade para seu ecossistema.

Após o Merge, os usuários também poderão usar o staking líquido (stETH) da Lido, como garantia para protocolos e empréstimos DeFi, ademais, a Ethereum 2.0 criará um sistema fisicamente fragmentado com 64 bancos vinculados a rede facilitando a transação de investimentos. A atualização do protocolo muito provavelmente garantirá à Ethereum a condição principal de rede de contratos inteligentes e posiciona a sua moeda nativa, Ether, como uma reserva de valor e proteção contra a inflação e a adoção de players institucionais aumenta o número de produtos financeiros inovadores a serem criados a partir do Merge.

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