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"Stealers" crescem como ameaça virtual em 2023; saiba como se proteger

Malwares especializados em roubar informações das vítimas ganham espaço no mundo virtual, e podem trazer prejuízos

Stealers conseguem obter dados pessoais e usar em fraudes (Olemedia/Getty Images)
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 6 de agosto de 2023 às 09h00.

O mundo digital ganhou uma nova ameaça em 2023: os "stealers". Também chamados de ladrões, em tradução livre, esse novo tipo de arquivo malicioso ganhou espaço nos últimos meses e se tornou uma alternativa popular entre criminosos, de acordo com um relatório da Apura Cyber Intelligence obtido com exclusividade pela EXAME.

A empresa explica que os stealers são malwares "especializados em roubar informações das vítimas, sejam elas senhas, dados de cartão de crédito, informações pessoais como CPF, e-mail, endereço, dados de carteiras de criptomoedas e qualquer outra informação que possa ser usada para outras atividades maliciosas ou que possa ser vendida em quaisquer dos vários mercados criminosos que atuam no submundo da internet".

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Dados obtidos pela Apura apontam que, de janeiro a jungo de 2023, 249.380.453 credenciais foram obtidas a partir de ações de stealers. Os dados mais roubados foram contas associadas a provedores e serviços de e-mail (67%), a organizações de notícias, mídia e redes sociais (7,85%) e ao setor de jogos (7,68%). Especificamente no Brasil, foram 2.740.793 credenciais roubadas no primeiro semestre deste ano.

A atuação do arquivo começa quando ele consegue entrar em um smartphone ou equipamento com conexão com a internet. Então, conduz uma busca por informações sensíveis e consegue encaminhá-las a um servidor central, que é operado pelos criminosos que criaram a ferramenta. Sandro Suffert, CEO da Apura, explica que existem diferentes formas de entrar em contato com um stealer.

Em geral, porém, elas envolvem "campanhas de phishing através de e-mails atrativos, anúncios falsos em ferramentas de busca e até disfarçados como cracks de jogos eletrônicos. Também são usadas técnicas para deixar estas campanhas no topo das buscas em ferramentas de pesquisa, como o Google, e infectar muitos usuários em um curto espaço de tempo".

Os criminosos costumam armazenar os dados roubados em servidores protegidos ou de terceiros, o que dificulta a identificação dos responsáveis e a suspensão dos servidores usados. Os stealers podem, inclusive, serem alugados, geralmente com pagamento via criptomoedas . Um deles é o Racoon, que custa US$ 125 por semana. Também é possível criar versões personalizadas desses arquivos, com custos de US$ 50 a US$ 600.

Segundo Suffert, os stealers são usados principalmente como fornecedores de dados que são, então, usados em fraudes e outras operações que resultam em perdas financeiras para as vítimas. As informações roubadas são negociadas tanto em mercados da chamada dark web quanto em grupos na rede social Telegram , de acordo com uma investigação da Apura.

"Especialmente entre os atores menos sofisticados do Brasil, o Telegram é mais popular que os sites de mercados underground. Alguns grupos disponibilizam um canal gratuito para anúncios de venda de credenciais e fornecem contatos de administradores ou bots para realizar a transação. Uma modalidade em crescimento é a venda de credenciais por meio de "nuvens privadas" (private clouds)", aponta o relatório.

Como se proteger?

De acordo com Suffert, a melhor forma de evitar ser um alvo dos stealers é seguir ações que compõem recomendações gerais para segurança digital . Entre elas estão:

Para as empresas, o CEO da Apura recomenda ações como conscientização de funcionários e usuários para ajudar na identificação de técnicas de phishing e usar sistemas de múltiplo fator de autenticação para acesso, soluções de monitoramento de acesso e ter boas ferramentas de segurança digital.

"Em caso de vazamento de credenciais corporativas, é essencial bloquear rapidamente as credenciais comprometidas de forma proativa. Procure contar com um time dedicado e um fornecedor de Inteligência de Ameaças para desenvolver estratégias e ações adequadas na mitigação do risco de infecção por stealers mais recentes", destaca Suffert.

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