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Sam Bankman-Fried, ex-CEO da FTX, é condenado a 25 anos de prisão nos EUA

Fundador de uma das maiores corretoras de criptomoedas do mundo construiu império que ruiu após revelações sobre crimes contra clientes

Sam Bankman-Fried é o ex-CEO da corretora FTX (Yuki Iwamura/Bloomberg)

Sam Bankman-Fried é o ex-CEO da corretora FTX (Yuki Iwamura/Bloomberg)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 28 de março de 2024 às 13h06.

Última atualização em 28 de março de 2024 às 14h06.

Sam Bankman-Fried, fundador e ex-CEO da corretora de criptomoedas FTX, foi condenado nesta quinta-feira, 28, a 25 anos de prisão nos Estados Unidos após ser julgado culpado de crimes de fraudes e conspiração. A sentença simboliza o tamanho da queda do executivo, que chegou a ser uma das figuras mais ricas e famosas do mundo cripto mas viu seu império ruir após revelações sobre crimes contra clientes da exchange.

A pena de Bankman-Fried foi determinada pelo juiz Lewis Kaplan, que é o responsável por todo o caso da falência da FTX desde 2022. Em sua sentença, o juiz destacou que autoridades dos Estados Unidos chegaram a solicitar penas que iam desde 40 anos até 105 anos de prisão. Entretanto, o magistrado optou por uma punição mais branda.

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"Não estou diminuindo o dano. A ousadia de suas ações. Sua excepcional flexibilidade com a verdade. Sua aparente falta de qualquer remorso. Quero acrescentar mais um pensamento. Não achei que fosse um uso frutífero do tempo explicar todas as mentiras [dele]. Quando não estava mentindo, ele era evasivo, raivoso, tentando fazer com que os promotores reformulassem as perguntas para ele. Faço esse trabalho há quase 30 anos. Nunca vi uma atuação como essa", destacou o juiz.

Bankman-Fried é acusado de ter liderado as operações da FTX que resultaram na falência surpreendente da corretora em novembro de 2022 e geraram um prejuízo de mais de US$ 8 bilhões (R$ 40 bilhões) para os clientes. Na época, a exchange era a segunda maior do mercado e o então CEO tinha uma fortuna bilionária.

A quebra ocorreu quando investidores descobriram que a exchange misturava fundos da própria empresa com os de clientes e usava o dinheiro para investir em projetos arriscados no mercado e também em gastos pessoais de executivos. A revelação resultou em uma onda de saques pelos clientes e uma crise de liquidez na corretora, que não foi capaz de confirmar todos os saques.

Desde então, os clientes aguardam um possível ressarcimento das quantias congeladas, algo que está previsto para começar em neste ano. Já Bankman-Fried foi considerado culpado em novembro de 2023, incluindo de sete acusações de fraude.

Ao longo do julgamento, Bankman-Fried foi descrito como um "bilionário irresponsável" que tentou esconder suas falhas de gerenciamento enquanto enriquecia. "Este caso sempre foi sobre mentira, trapaça e roubo", destacaram os procuradores responsáveis pelo caso.

Ao falar do executivo, os procuradores comentaram que "sua vida nos últimos anos tem sido de ganância e arrogância incomparáveis; de ambição e racionalização; e cortejar o risco repetidamente com o dinheiro de outras pessoas. E mesmo agora, Bankman-Fried se recusa a admitir que o que fez foi errado".

A quebra da FTX fez com que o ex-CEO perdesse mais de 95% de toda a sua fortuna. Bankman-Fried fundou a corretora em 2019, e o sucesso da operação fez com que ele se tornasse um dos mais jovens bilionários da história. Segundo dados do Índice de Bilionários da Bloomberg, o executivo detinha uma fortuna de cerca de US$ 15,2 bilhões antes do colapso da empresa.

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