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Recém-contratado pela Binance, Meirelles diz que criptomoedas representam futuro e trazem vantagens

Ex-presidente do Banco Central foi confirmado como novo integrante de conselho consultivo da Binance, a maior corretora de criptomoedas em valor de mercado

Meirelles fará parte do conselho da Binance (Alexandre Schneider/VEJA)

Meirelles fará parte do conselho da Binance (Alexandre Schneider/VEJA)

Cointelegraph Brasil

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Publicado em 5 de setembro de 2022 às 15h30.

Última atualização em 5 de setembro de 2022 às 15h47.

Em sua primeira manifestação pública após ser confirmado como membro de um conselho consultivo global da exchange de criptomoedas Binance, o ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles afirmou que os criptoativos trazem ganhos econômicos e de eficiência ao sistema financeiro. A declaração foi dada durante uma entrevista concedida ao UOL nesta segunda-feira, 5.

Em um elogio indireto à descentralização, Meirelles se referiu à capacidade que os criptoativos têm de viabilizar pagamentos de forma rápida, dispensando intermediários. Segundo o ex-presidente do BC, trata-se de uma vantagem sobre o sistema financeiro tradicional:

"É um mercado muito interessante. Evidentemente, novo. Traz ganhos importantes do ponto de vista econômico e de qualidade de serviços para as pessoas na medida em que pode propiciar pagamentos muito rápidos sem a existência necessariamente de intermediários, fazendo operações mais rápidas, mais simples e menos dispendiosas. Você pode, por exemplo, liquidar operações de crédito exterior, etc, muito rapidamente. Então, tudo isso representa o futuro."

(Mynt/Divulgação)

O novo conselho da Binance será formado por personalidades globais do setor financeiro com experiência na área de regulação. Suas experiências prévias como diretor e conselheiro do Banco de Compensações Internacionais (Bis), que é considerado o banco central dos bancos centrais, e na iniciativa privada em bancos como o Original, o Lazard Americas e o Bank of Boston, além de sua atuação à frente do Banco Central e do Ministério da Fazenda no Brasil, foram decisivas para que ele recebesse o convite da exchange.

Meirelles lembrou que foi um dos pioneiros na implantação dos primeiros bancos digitais do mundo, a partir de uma iniciativa conjunta do Bank of Boston e do Citibank. Em seguida, reconheceu que o mercado de criptomoedas, no entanto, é totalmente diferente e se trata de um nicho novo também para ele.

De acordo com Meirelles, o conselho foi criado pela Binance justamente com o intuito de enfrentar os desafios que se interpõem entre o mercado sem fronteiras das criptomoedas e os legisladores que respondem às regras específicas de suas jurisdições:

"Evidentemente que temos desafios muito grandes. É exatamente o que se pretende fazer agora com a criação desse conselho global da Binance, que é um conselho com pessoas que têm experiência regulatória, como é o meu caso."

Meirelles disse que a criação de regras para o setor devem contemplar todas as formas de ativos digitais, incluindo as stablecoins e as moedas digitais de bancos centrais (CBDCs), além dos criptoativos de diferentes naturezas e casos de uso que compõem este nicho específico dos mercados financeiros atualmente.

Em seguida, o ex-presidente do BC reiterou que, "em resumo, esse é o futuro" e que caberá aos reguladores e às entidades do mercado "organizar isso da melhor maneira possível para que possa se prestar o melhor serviço à população."

Por fim, Meirelles disse que, até hoje, jamais realizou investimentos em criptomoedas, mas reconheceu que algumas pessoas já fizeram fortuna com esta nova classe de ativos. No entanto, ressaltou que se trata de uma nova classe de ativo financeiro, ainda carente de regulação e de salvaguardas aos investidores.

Meirelles disse que não recomendaria a ninguém investir em criptomoedas sem antes fazer uma cuidadosa avaliação dos riscos inerentes a esse novo mercado, assim como não indicaria a ninguém o investimento no mercado de ações sem um mínimo conhecimento prévio de seus riscos e oportunidades.

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