A Receita Federal revelou na última quinta-feira, 5, que desenvolveu uma ferramenta de inteligência artificial específica para identificar fraudes e ilegalidades. A ferramenta já está em uso e ajudou a combater um golpe de R$ 700 milhões envolvendo empresas falsas de compra de criptomoedas.

De acordo com o órgão, a nova ferramenta " já está sendo utilizada há algum tempo e tem trazido resultados significativos em diversas áreas da administração tributária.". Ela usa algoritmos de inteligência artificial e análise de redes complexas para "potencializar a análise dos dados fiscais".

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O comunicado explica que o uso de IA foi capaz de "proporcionar um incremento considerável na capacidade de detectar fraudes e ilegalidades, além de oferecer mais segurança à tomada de decisões e ampliar a produtividade da atuação fiscal" por parte da Receita Federal.

O órgão também compartilhou algumas aplicações recentes da ferramenta. Uma delas é a capacidade de "identificar transações suspeitas e indícios de esquemas complexos de sonegação tributária e de lavagem de dinheiro com uso de criptomoedas".

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O caso citado envolvia um "potencial esquema" que movimentou mais de R$ 700 milhões por meio de empresas de fachada para a compra de criptomoedas, com operações com "fortes indícios de irregularidades tributárias" envolvendo importações e remessas internacionais.

Especificamente no caso de crimes envolvendo criptomoedas, a Receita Federal explica que os seus auditores têm "visualmente empresas noteiras e as beneficiárias operacionais, analisando o fluxo dos diferentes tipos de moedas virtuais". Um dos destaques é o uso das chamadas stablecoins, criptomoedas pareadas a outros ativos, em especial o dólar.

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Outro caso envolvendo cripto foi o uso de inteligência artificial para fortalecer a comunicação do órgão referente à "conformidade voluntária" da população na Declaração de Imposto de Renda, com destaque para a declaração de operação com bitcoin e outros criptoativos.

IA também identifica outros crimes

Mas a ferramenta de IA também está sendo usada para identificar outros tipos de crimes. Um exemplo citado foi a detecção de "um esquema de sonegação fiscal, envolvendo também lavagem de dinheiro para o tráfico de drogas e armas, no qual foram movimentados mais de R$ 350 milhões".

A Receita Federal disse ainda que pretende usar a ferramenta em operações para identificar "transferência de lucros para paraísos fiscais, tema de atenção de fiscos em todos os continentes". Antes disso, porém, será necessário aprimorar acordos internacionais para incluir essa possibilidade.