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Preço do bitcoin sobe mais de 90% em 2023 e supera ativos tradicionais; veja ranking

Criptomoeda tem sido beneficiada por possível aprovação de novo ETF e alívio no cenário macroeconômico dos Estados Unidos

Bitcoin valorizou mais de 90% em 2023 (Reprodução/Reprodução)

Bitcoin valorizou mais de 90% em 2023 (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 24 de outubro de 2023 às 17h55.

Após semanas de lateralidade e marasmo, o preço do bitcoin voltou a surpreender o mercado após registrar uma alta de mais de 12% na última segunda-feira, 23. Ultrapassando a marca dos US$ 35 mil, o ativo chegou a ter uma valorização de mais de 100% considerando o acumulado em 2023. Com isso, ele lidera com folga um ranking dos principais tipos de investimento no mercado.

É o que aponta um levantamento produzido com exclusividade pelo analista Einar Rivero a pedido da EXAME. O ranking leva em conta o retorno acumulado de diferentes produtos de investimento em 2023 tendo como referência a data mais recente possível: a maioria considera a valorização ou perda até a última segunda-feira, mas alguns ativos possuem dados apenas até o dia 19 ou 20 de outubro.

O bitcoin é o líder do conjunto de 15 ativos avaliados. De acordo com o levantamento, a criptomoeda acumula um ganho de 96,55% em seu preço em 2023. O valor é quase quatro vezes maior que o do segundo colocado, o índice Nasdaq - que reúne as principais ações de tecnologia negociadas na bolsa de valores dos Estados Unidos de mesmo nome. Até 23 de outubro, ele teve um retorno de 24,38%.

Em terceiro lugar, está o BDRX, índice que reúne os recibos de ações negociados na B3 (BDRs, na sigla em inglês), com um ganho acumulado de 16,14%. Ao mesmo tempo, três aplicações estão empatadas com ganhos acumulados de 10,65: o CDI, uma aplicação mais tradicional e menos arriscada, o Índice de Mercado da Anbima (Ima Geral) e o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX).

Levantamento com o desempenho do bitcoin em 2023

Levantamento com o desempenho do bitcoin em 2023 (Einar Rivero/Reprodução)

O levantamento mostra ainda que o bitcoin superou outros tipos de investimento como  o índice S&P500 - que reúne ações negociadas nas bolsas dos EUA e subiu 9,83% -, o próprio Ibovespa - maior índice da bolsa brasileira e que teve alta de 2,78% -, e os índices de Small Caps da B3, com perda de 1,28%, e o Índice de Hedge Funds ANBIMA (3,63%).

A criptomoeda também superou moedas fiduciárias tradicionais: o dólar acumula perda de 3,86% em relação ao real em 2023, enquanto o euro tem perdas de 4,1%. Também foram superadas alternativas de investimento mais seguras, com baixo risco: o ouro valorizou 4,24% no acumulado do ano, enquanto a Poupança tem rendimento de 6,97%.

É importante destacar, entretanto, que o bitcoin é um ativo diferente da maioria dos analisados no levantamento. Por ser mais volátil, seu investimento pode ser mais rentável, mas também mais arriscado. Por isso, a recomendação é não aportar todo o capital no ativo, buscar sempre a orientação de profissionais e garantir o investimento em corretoras seguras e com boas práticas, evitando golpes.

Por que o preço do bitcoin está subindo?

O bitcoin tem sido beneficiado desde o início do ano de 2023 por uma revisão no mercado sobre o ciclo de alta de juros dos Estados Unidos. A projeção de que a taxa final de juros será menor que o esperado em 2022 e que cortes podem começar já em 2024 beneficiou ativos tidos como mais arriscados, caso das diferentes criptomoedas.

Além disso, o bitcoin foi beneficiado pelo clima de incerteza após a falência de bancos regionais nos Estados Unidos. Entretanto, o grande catalisador de alta atual é a expectativa do mercado em torno da cada vez mais provável aprovação de um fundo negociado em bolsa (ETF, na sigla em inglês) de preço à vista da criptomoeda por parte da SEC, a CVM norte-americana.

O mercado espera que a aprovação dos ETFs, em especial o da BlackRock, atraia um fluxo de capital bilionário para a criptomoeda, o que tende a impulsionar o preço do bitcoin. Com isso, a criptomoeda conseguiu superar eventos adversos - incluindo um aperto regulatório maior nos Estados Unidos - e intensificar seu ciclo de alta.

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