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Repórter do Future of Money
Publicado em 20 de julho de 2023 às 09h00.
O Banco Central já deu início aos testes do projeto piloto do Real Digital com os consórcios selecionados. Entre eles está a AWS, empresa de computação em nuvem da Amazon que faz parte de um dos maiores consórcios formados para testar a moeda digital brasileira.
Junto com a Tecban, Dinamo, ClearSale, Basa, Cresol, Pinbank, Banco Arbi, Ntokens, Foxbit, CPqD e Parfin, a AWS desenvolverá soluções e modelos de negócio para o Real Digital junto com a mentoria do Banco Central.
“A agenda de inovação do BC está totalmente interconectada para um olhar do BC para cada vez mais pavimentar movimentos futuros para trazer maior competitividade, inclusão financeira e educação financeira, que são as pautas do BC. Começou lá atrás com o Pix, depois o Open Finance e logo na sequência o Real Digital vem complementar essa visão”, comentou Tatiana Ourofino, líder de desenvolvimento de negócios para setor financeiro da AWS Brasil.
Depois do sucesso de adoção do Pix, novas possibilidades despertam o interesse do Banco Central e a expectativa da população por um futuro completamente digitalizado da economia. No entanto, para o Real Digital, foi preciso buscar por outras funcionalidades para além das transações instantâneas, as quais o Pix já resolvia.
“O Pix resolvia questões de pagamento instantâneo e hoje quando você pensa em implementações de moeda digital ao redor do mundo, percebe-se que grande parte dos testes e pilotos são voltados para resolver um problema que o Pix já resolve. Então não é o objetivo do BC. Também não é o objetivo resolver toda a parte de liquidações e modernização do sistema financeiro porque o nosso financeiro já é bastante robusto. E claro, talvez precise se ajustar a um novo mundo digital do que está por vir, que é um pouco do que a gente está vendo nas buscas do BC para ter essa capacidade de se ajustar para o mundo digital com diversas redes que vão ter que se conversar”, explicou Tatiana, em entrevista à EXAME.
O Real Digital tem expectativa de lançamento para 2024. Até lá, os consórcios selecionados farão testes para a moeda digital brasileira.
“O BC quer fomentar a discussão de novos modelos de negócio e aplicações para o Real Digital. Alguns deles a gente já consegue imaginar, como interoperabilidade entre carteiras digitais, trazer o mundo interconectado digital para conseguir fazer transações com menos intermediários, mas de qualquer maneira esse talvez seja o primeiro passo. Uma vez que isso já esteja acontecendo, imagino que irão surgir possibilidades novas que ainda não estão no nosso radar”, disse Tatiana.
“Eu não tenho dúvidas de que a pauta de inovação do BC e do Real Digital estão traçando o nosso caminho do futuro. Talvez a gente ainda não perceba ainda tudo o que pode ser criado com o Real Digital”, acrescentou.
A seleção para testar o projeto piloto do Real Digital foi bastante concorrida, com grandes empresas disputando uma vaga para testar a moeda digital brasileira. A AWS, empresa de computação em nuvem da Amazon, foi uma delas. “Fazer parte desse piloto é parte da nossa estratégia de negócios para setor financeiro. Nós somos aliados das instituições financeiras hoje”, explicou Tatiana à EXAME.
Segundo Tatiana, a plataforma em nuvem da AWS pode ser a principal escolhida de instituições financeiras para a implementação do Real Digital.
“A gente entende que nesse momento com o piloto que vai acontecer até o ano que vem e com todo esse estudo que está acontecendo, é justamente para discutir melhores práticas tanto de segurança, escalabilidade, performance, desempenho, privacidade... e é por isso que a gente entendeu dentro da AWS que tínhamos muito a contribuir, dado toda a experiência que temos em nuvem, serviços altamente escaláveis, flexíveis e a capacidade computacional que a nuvem oferece”, disse.
“Pensando em Real Digital eu acho que temos uma gama de serviços bastante extensa. Não só para a parte de poder computacional, mas por exemplo, computação confidencial. Temos serviços de gestão de chaves que apoiam com a computação confidencial para que diferentes partes de um arranjo de pagamento digital tenham acesso à sua própria chave e a transação ocorra de forma segura”, concluiu a executiva.
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