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NFT da coleção oficial de David Bowie é vendido por R$ 660 mil em leilão beneficente

Projeto é uma parceria do marketplace OpenSea com os herdeiros do cantor, que morreu em 2016, e busca reunir fundos para uma ONG

Coleção "Bowie on the Blockchain" é formada por 15 NFTs produzidos por artistas emergentes no segmento (Dylan Martinez/Reuters)

Cointelegraph Brasil

Publicado em 7 de outubro de 2022 às 15h11.

Última atualização em 7 de outubro de 2022 às 15h25.

Um token não-fungível ( NFT, na sigla em inglês) da coleção exclusiva do espólio do cantor David Bowie foi vendido na segunda-feira, 3, por 96,5 ethers (aproximadamente US$ 127 mil, ou R$ 660 mil na cotação atual). A peça foi criada pelo artista digital FEWOCiOUS em parceria com o marketplace OpenSea.

A venda com um valor expressivo ocorreu mesmo em um contexto de severo declínio do mercado de NFTs ao longo de 2022.

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-(Mynt/Divulgação)

Intitulado "Bowie by FEWOCiOUS", o NFT apresenta uma peça audiovisual animada de 12 segundos em que uma escultura física de 2 metros de altura ostenta um dos ternos do arquivo oficial do cantor em um cenário surrealista, cuja estética remete à do artista.

“Acho muito legal que ele sempre foi o que queria ser. E criou o mundo em que ele queria viver. Esse é realmente o sentimento que tento capturar na minha arte”, afirma FEWOCiOUS em uma breve descrição da obra no OpenSea.

Lançada em 30 de setembro, a coleção chancelada pelos herdeiros de Bowie apresenta 15 peças criadas por nove artistas emergentes da cena de NFTs em homenagem ao legado do cantor britânico, que morreu em janeiro de 2016.

Em um comunicado conjunto, os representantes do cantor e o OpenSea declararam que "Bowie on the Blockchain", como é intitulada a coleção, "vai levar adiante o legado de Bowie de remodelar a natureza das performances musicais, apoiar as comunidades digitais e de ser um entusiasta das novas tecnologias ao longo de sua carreira".

Outro NFT da coleção, "It Became A Myth Land”, foi vendido por um valor menor, 7,5 ethers (aproximadamente US$ 9.750, ou R$ 50 mil). A peça é uma criação do artista digital Defaced.

A obra apresenta um relógio de 12 horas que percorre seis momentos diferentes da vida e da carreira de Bowie. O NFT inclui um item físico adicional – um porta-retratos digital Atomic Form no qual a obra fica em exposição.

As receitas obtidas com a venda dos NFTs da coleção serão destinadas à organização humanitária CARE, que tem a ex-esposa de Bowie, a modelo Iman Mohamed Abdulmajid, como representante global.

Memórias guardadas no blockchain

O sucesso da coleção dedicada ao legado de David Bowie aponta para uma nova tendência que vem ganhando força no mercado de NFTs recentemente.

Em julho, o espólio do rapper norte-americano Biggie Smalls lançou uma coleção de 3.000 NFTs em parceria com o marketplace focado em música OneOf.

Intitulada “Sky’s the Limit”, trata-se de uma coleção de fotos de perfil (PFP) produzidas por arte generativa. Aos detentores dos NFTs, é concedido ainda os direitos sobre a licença de uma faixa póstuma inédita do rapper.

De acordo com o espólio do rapper, a coleção foi idealizada para recompensar os fãs de Biggie Smalls com memórias únicas e exclusivas que sem os recursos da tecnologia blockchain seriam impensáveis.

Biggie Smalls não é o único artista cujo legado foi eternizado em tokens não-fungíveis em uma iniciativa da OneOf. Em dezembro, o marketplace fechou um acordo com o espólio da cantora Whitney Houston para comercialização de uma faixa inédita em NFT pelo valor de US$ 1 milhão.

Já a plataforma LTD.Inc lançou uma coleção de fotografias do falecido fotógrafo Chi Modu. Os NFTs dão aos seus detentores direitos sobre impressões físicas e versões digitais de retratos de artistas como Mary J. Blige, Method Man e Nas.

O maior ícone da música pop dos Estados Unidos de todos os tempos também teve suas memórias digitalizadas através de NFTs e da tecnologia blockchain.

Em janeiro, a Elvis Presley Enterprises comercializou perucas e macacões estilizados do cantor em NFTs durante um evento realizado no metaverso Decentraland intitulado “Elvis-On-Chain”.

No Brasil, esta nova tendência ainda não ganhou tração. Apesar disso, a cantora Elza Soares foi imortalizada em um dos NFTs da coleção beneficiente "Impact Women Charity", comissionada pela Doare, uma fintech brasileira especializada em captação de recursos para projetos e organizações filantrópicas.

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