Michael Saylor é presidente do conselho da MicroStrategy, maior detentora pública do bitcoin no mundo (Joe Raedle/Getty Images)
Michael Saylor, presidente do conselho da MicroStrategy, não pretende rever os investimentos de US$ 4 bilhões (R$ 21 bilhões, na cotação atual) da empresa em bitcoin tão cedo. A previsão do empresário é que o total aportado na criptomoeda pela companhia de inteligência de mercado não mude por até 100 anos.
Saylor participou por videochamada nesta sexta-feira, 11, do evento Labitconf, que ocorre em Buenos Aires, na Argentina. Durante sua fala, o investidor reforçou que o bitcoin é uma opção promissora para a economia mundial tanto no médio quanto longo prazo.
"Daqui a 10 anos, o bitcoin vai parecer a melhor alternativa, e daqui a 100 anos, a única", disse o empresário ao defender os investimentos que a MicroStrategy realizou na criptomoeda desde 2020, tornando-a o ativo primário na carteira da empresa.
Segundo ele, a MicroStrategy começou a investir na criptomoeda quando percebeu, durante a pandemia, que haveria uma "inflação massiva" e que seria necessário investir em "algo que apreciaria conforme a oferta de dinheiro aumentasse". A empresa chegou a considerar opções como ouro e prata, mas acabou entendendo que o bitcoin era a melhor alternativa.
Se referindo ao bitcoin como o "ouro digital" e o "rei das criptomoedas", Saylor ressaltou que vê o ativo como mais vantajoso que outras opções de investimento e que investir nele ajuda a "tornar o mundo melhor. "Vale a pena perseguir isso mesmo se tiver que lidar com dor no curto prazo, é um instrumento de empoderamento econômico".
"Minha companhia investiu US$ 4 bilhões no bitcoin porque não achamos outra ideia melhor", explicou Saylor. Ele vê a criptomoeda como um dos principais ativos de reserva não soberanos atualmente, mesmo com ciclos de alta e queda.
Atualmente, a MicroStrategy é o maior detentor público no mundo do criptoativo, e Saylor disse que manteria os investimentos "por 100 anos, sem medo".
Na visão dele, o bitcoin deve continuar avançando com inovações, mas "de forma mais conservadora, sem quebrar nada". O principal, na visão dele, é garantir que a chamada camada 1, a rede original do bitcoin, "seja sólida", concentrando mudanças nas camadas 2 - chamada de Lightning Network - e 3, estruturas adjacentes ao blockchain.
Ele avalia que o bitcoin já tem uma primeira camada "com segurança e integridade para os próximos 100 anos", o que garantiria o retorno dos investimentos realizados por sua empresa.
"O bitcoin está se movendo de forma bem pensada, cautelosa, para ter a certeza que não vai quebrar nada. É uma abordagem por camada, algumas devem ser construídas na primeira, e outras na Lightning, se quebrar a Lightning perde milhares de dólares, não bilhões e trilhões, não quebra o mundo tentando melhorá-lo", explicou.
Na visão de Saylor, é preciso "escolher o material certo para a coisa certa, e a comunidade do bitcoin está com a abordagem correta". Entretanto, ele destacou que as inovações planejadas para as camadas 2 e 3, como inclusão de contratos inteligentes, serão necessárias para que o bitcoin se adeque à regulação dos Estados Unidos, permitindo sua aceitação e expansão para o público geral.
"Se quer seguir as regras dos EUA sobre transferência de dinheiro, precisa de funcionalidades da camada 3, precisa do Ligthning", defendeu.
*O repórter João Pedro Malar viajou a Buenos Aires para a Labitconf a convite da exchange Bitso
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