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Mercado financeiro do Brasil aposta em inteligência artificial na busca por "reinvenção"

Pesquisa da PwC aponta que 74% dos entrevistados acreditam que a IA generativa vai melhorar a qualidade de produtos e serviços no setor

Inteligência artificial tem ganhado espaço nas empresas (Reprodução/Reprodução)
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 1 de fevereiro de 2024 às 16h15.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2024 às 17h52.

A inteligência artificial generativa também entrou no radar das empresas do setor financeiro brasileiro e se tornou uma das principais apostas para a reinvenção e modernização do segmento. É o que aponta uma pesquisa realizada pela consultora PwC com CEOs do mercado financeiro e divulgada nesta semana.

O levantamento da empresa aponta que 74% dos entrevistados afirmam que a IA generativa e suas ferramentas vão conseguir melhorar a qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelo setor nos próximos 12 meses. Além disso, 60% das lideranças do segmento dizem estar confiantes no crescimento da economia do Brasil em 2024.

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Para 51% dos entrevistados, os negócios do segmento não continuarão economicamente viáveis até a próxima década se continuarem no rumo atual, indicando uma necessidade de realizar mudanças, adaptações e reinvenções. Questionados sobre as ameaças para o setor, 43% dos CEOs entrevistados apontaram os riscos cibernéticos , que lidera na categoria.

Na comparação com outros setores e países, os CEOs do mercado financeiro estão mais otimistas com o potencial da inteligência artificial. Em outros setores brasileiros, 64% dizem que ela vai melhorar a qualidade de produtos e serviços. Já nos setores de finanças em outros países, 59% compartilham essa visão.

Ao mesmo tempo, 23% dos CEOs entrevistados disseram que a implementação de ferramentas de inteligência artificial ainda é uma "realidade distante" nas suas empresas. Em outros setores fora do mundo das finanças, a média foi de 30% para essa resposta.

Lindomar Schmoller, sócio da PwC Brasil e líder do setor de serviços financeiros, avalia que "ainda que o estágio de implantação da IA em toda a corporação não seja uma realidade para a maioria dos nossos entrevistados, percebemos o poder de influência dessa inovação. 63% dos CEOs do setor no Brasil acreditam que a IA generativa aumentará a capacidade de criar confiança com os stakeholders e 71% espera aumento na lucratividade com a sua implementação”.

Para 91% dos entrevistados no setor financeiro, a inteligência artificial generativa vai exigir o desenvolvimento de novas habilidades por parte dos trabalhadores nos próximos três anos. Em outros setores, a média é de 77% para essa resposta. Além disso, 89% dos CEOs do mercado financeiro acreditam que a IA vai mudar a geração de valor nas empresas e 83% esperam que ela aumente a competitividade no setor.

“A disrupção tecnológica, as mudanças climáticas e outras megatendências globais em aceleração continuam a exigir adaptação dos CEOs. Ao mesmo tempo, outro sinal de necessidade de reinvenção é o aumento da pressão que os CEOs esperam enfrentar nos próximos três anos por mudanças no modelo de negócios", diz Schmoller.

O executivo pontua ainda que "em comparação com os últimos cinco anos, os CEOs do setor de serviços financeiros no Brasil preveem que alterações associadas à tecnologia e às preferências dos consumidores terão maior impacto na forma como criam, entregam e capturam valor”.

Para 68% dos entrevistados no setor financeiro, o ambiente regulatório e as prioridades operacionais concorrentes são os principais inibidores para ações de inovação e reinvenção em seus negócios. O resultado está em linha com a média de outros setores do Brasil.

“As ações dependerão da estratégia, do modelo operacional, do contexto setorial e do cenário competitivo. Uma questão importante é a realocação ágil de recursos, aspecto que continua demandando atenção dos CEOs. Ao todo, 26% das lideranças do setor de serviços financeiros no Brasil e 21% na média nacional de todos os setores relataram até 10% de realocação de recursos de um ano para outro”, ressalta Schmoller.

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