Tokenização envolve inclusão de ativos em redes blockchain (Reprodução/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 30 de março de 2023 às 16h09.
Última atualização em 30 de março de 2023 às 16h29.
O mercado de tokenização de ativos, que envolve o uso da tecnologia blockchain, tem tido uma adoção lenta, mas caminha para um ponto de inflexão que pode levar a uma disparada até 2030. É o que aponta um relatório da equipe de pesquisadores do Citibank, uma das principais instituições financeiras do mundo.
De acordo com o relatório, o mercado de ativos tokenizados pode chegar a valer US$ 4 trilhões (cerca de R$ 20 trilhões, na cotação atual) até o fim de 2030, mas esse total poderia ser ainda maior: para os pesquisadores, há a possibilidade de atingir US$ 5 trilhões dependendo do grau de adoção de moedas digitais de bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês), como o Real Digital no Brasil.
O Citi acredita que as CBDCs ⏤ que envolvem o uso da tecnologia blockchain ⏤ poderiam estar circulando na maior parte das grandes economias do mundo até o fim da década, e que várias delas trabalharão com tecnologias que estão ligadas ao segmento de tokenização, ajudando a aumentar sua adoção.
O relatório destaca ainda que "praticamente qualquer coisa pode ser tokenizada", o que indica o tamanho que esse segmento poderia atingir. A tokenização é um processo de digitalização de ativos a partir da inclusão em uma rede blockchain, facilitando atividades como registros e trocas.
Entretanto, o Citi destaca que, mesmo com um potencial constantemente lembrado nos últimos anos, a adoção em massa dessa tecnologia ainda não é uma realidade. O principal problema, dizem os analistas, é a falta de visibilidade de inovações na área, com a ausência de uma interface com os consumidores.
Nesse sentido, o relatório defende que o setor pode estar se aproximando agora de um "ponto de inflexão" que permitiria a concretização de todo o potencial da tecnologia blockchain e da tokenização, facilitando e incentivando sua adoção em diversos países em todo o mundo.
Para Kathleen Boyle, uma das responsáveis pelo relatório, "a adoção bem-sucedida ocorrerá quando a tecnologia blockchain tiver mais de 1 bilhão de usuários que nem percebem que estão usando ela". E a aposta do Citi é que as CBDCs, ativos tokenizados em jogos e pagamentos via blockchain em redes sociais serão os responsáveis por esse fenômeno.
Além disso, o banco argumenta que fatores de infraestrutura ⏤ como identidades descentralizadas e pontes entre blockchains ⏤ também precisarão ganhar mais desenvolvimento. A ausência de regulações para o segmento também tem atrasado o processo.
"Embora pensemos que a adoção em massa ainda pode demorar de seis a oito anos, o momento da adoção mudou positivamente à medida que governos, grandes instituições e corporações passaram da investigação dos benefícios da tokenização para testes e provas de conceito", diz Boyle.
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