Jogos, metaverso e streaming: empresa lista maiores perigos na internet em 2023
Aproveitamento de tendências culturais para criar golpes deve continuar dominando as ações de cibercriminosos no próximo ano
João Pedro Malar
Publicado em 19 de dezembro de 2022 às 14h19.
Última atualização em 19 de dezembro de 2022 às 15h03.
A Kaspersky, empresa líder em segurança digital, divulgou nesta segunda-feira, 19, suas projeções para os maiores perigos na internet em 2023. Em comum, as previsões mostram como diversos aspectos do mundo virtual poderão ser explorados por cibercriminosos ao longo do próximo ano, continuando práticas observadas em 2022.
A lista da consultoria inclui uma série de áreas, apontadas como as "armadilhas mais suscetíveis de serem exploradas" em 2023. Entre elas, estão o roubo de moedas virtuais em jogos, fraudes no streaming e golpes no metaverso.
A Kaspersky avalia que "o universo gamer está entre as áreas preferidas de atuação dos cibercriminosos, e é muito provável que vejamos novas tendências relacionadas a videogames e jogos de maneira geral sendo exploradas".
Uma delas envolve as moedas digitais usadas nos jogos, que deverão ter uma "grande procura" entre cibercriminosos: "créditos e dinheiro são um dos alvos principais dos golpistas que roubam as contas dos jogadores".
Outra área envolvendo jogos que deve ser alvo de golpes é a de assinaturas, com tendência de crescimento de fraudes. A expectativa da Kaspersky é que, conforme a base de assinantes de serviços como o PS Plus cresce, "mais esquemas fraudulentos de venda de senhas e tentativas de roubo de contas terão espaço".
A empresa projeta ainda uma escassez de consoles nas lojas que já ocorreu em 2022 e pode recomeçar no próximo ano. Com isso, ofertas falsas de venda, brindes, além de imitações de sites de e-commerce, poderão crescer.
A Kaspersky acredita ainda que a falta de uma legislação global sobre metaverso vai encorajar ações de violação de dados e abuso virtual. Para a consultoria, "como não existe regulamentação específica e regras de moderação, é provável que esta tendência assustadora se mantenha em 2023".
Ainda na área de dados, o relatório prevê que dados de apps falsos de saúde mental poderão ser alvos de ataques de engenharia social, convencendo pessoas a compartilhar informações pessoais sem saber que estão sendo vítimas de golpes.
Assim como em 2022, o setor de streaming deverá ser "o foco dos cibercriminosos". A expectativa da Kaspersky é que eles se aproveitarão de estreias de filmes e séries para lançar falsos sites de streaming ou download para hackear dispositivos.
Já o crescimento da digitalização da educação, com novas plataformas online, pode "atrair mais cibercrimes", também se apoiando no lançamento de sites falsos para download de conteúdos que virão com vírus ou então formas de realizar phishing e obter dados.
Para Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina, "cibercriminosos criam tendências e novos recursos que podem pegar vítimas desprevenidas, com um novo app malicioso ou até um download que pode trazer um malware inesperado".
"De olho nas novidades do mercado, eles controlam seus interesses seja em jogos, ou no streaming, para se beneficiarem disso, criando esquemas fraudulentos que são relevantes hoje em dia", avalia.
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