Bitcoin disparou mais de 60% nos primeiros meses de 2024 (Reprodução/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 15 de março de 2024 às 14h14.
Analistas do JPMorgan afirmaram em um relatório divulgado na última quinta-feira, 14, que os investidores do ouro não estão abandonando o ativo e o substituindo pelo bitcoin. Nesse sentido, o banco acredita que a criptomoeda ainda não é vista como um "ouro digital" pelo mercado.
A ideia de que o bitcoin poderia estar substituindo o ouro como um ativo de proteção de patrimônio ganhou força nas últimas semanas após dados indicaram uma saída de investimentos de ETFs de ouro, ao mesmo tempo em que os ETFs de bitcoin atingiram valores recordes de aportes.
Porém, o relatório do JPMorgan avalia que essa correlação não representa uma causalidade, e que na verdade os dois ativos seguem atraindo interessados: "Investidores privados e indivíduos aumentaram suas exposições ao ouro e ao bitcoin no acumulado do ano, em vez de mudar do primeiro para o segundo".
"Além dos investidores de varejo, os investidores institucionais especulativos, como os fundos de hedge, incluindo os traders de momentum, como os CTAs, parecem também ter propagado a alta ao comprar futuros de ouro e bitcoin desde fevereiro, talvez mais fortemente do que os investidores de varejo", apontam os analistas do banco.
Os dados apresentados pelo JPMorgan indicam que, desde fevereiro, os investimentos em futuros de bitcoin cresceram US$ 7 bilhões, enquanto os aportes em futuros de ouro cresceram US$ 30 bilhões. Entretanto, os analistas também apontam um alto risco de perda de investimentos no curto prazo.
Além disso, o relatório aponta que as novas compras de bitcoin pela empresa MicroStrategy - maior detentora institucional do ativo - também ajudaram a impulsionar a disparada da criptomoeda, com compras acumuladas de US$ 1 bilhão em 2024.
"Acreditamos que as compras de bitcoins financiadas por dívida pela MicroStrategy adicionam alavancagem à atual recuperação das criptomoedas e aumentam o risco de uma desalavancagem mais severa em uma potencial desaceleração no futuro", argumentam.
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