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Igualdade de gênero na indústria de criptomoedas ainda está muito distante

Mercados financeiro e de capitais vêm passando por mudanças positivas na inclusão feminina, mas muito trabalho ainda precisa ser feito

Mulheres podem ter mais inclusão com ativos digitais, mas disparidade de gênero ainda existe (Reprodução/Reprodução)

Mulheres podem ter mais inclusão com ativos digitais, mas disparidade de gênero ainda existe (Reprodução/Reprodução)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 26 de agosto de 2023 às 09h01.

Por Nicole Dyskant e Sofia Düesberg*

É inegável que os mercados financeiro e de capitais vêm passando por mudanças positivas na inclusão feminina nos últimos anos, com mais mulheres ocupando cargos em empresas de finanças tradicionais (TradFi), porém com muito trabalho ainda a ser feito.

Apesar disso, um novo estudo global do BCG aponta que as mulheres estão significativamente sub-representadas nas posições de liderança de empresas TradFi: apenas 13% das empresas incluídas no estudo possuem uma CFO mulher.

A associação global 100 Women in Finance possui uma meta, ainda distante, de que até 2040 pelo menos 30% do quadro de tomadores de decisões e detentores de cargos de "frontoffice" (isto é, áreas de negócios) em gestoras de recursos e empresas de TradFi latu-sensu sejam ocupados por mulheres.

No que diz respeito ao acesso ao capital de investimento, um estudo conduzido pela Harvard Business Review, revelou uma significativa disparidade de representação de gênero no campo do capital de risco. De acordo com esse estudo, as mulheres estão substancialmente sub-representadas nesse setor, com empresas fundadas exclusivamente por mulheres recebendo uma parcela inferior a 3% do total de investimentos em capital de risco.

É fato que os ativos digitais (criptomoedas, stablecoins, CBDCs, NFTs) estão revolucionando diversas indústrias globais e criando novas formas de investir, fazer pagamentos, armazenar e distribuir valor e trazendo impactos positivos em relação à inclusão e autonomia das mulheres no mercado financeiro.

Segundo pesquisa da Forex Suggest, “o Brasil tem o 8º maior número de mulheres em criptomoedas, 6,63% da população feminina”. Na Turquia, há uma distribuição mais uniforme entre usuários de criptomoedas masculinos (63%) e femininos (47%). Os números ainda são, de fato, pouco expressivos em grande parte do mundo, mas o setor tem todo o potencial para fazer diferente.

Os ativos digitais podem ser uma ferramenta valiosa, por exemplo, para auxiliar as mulheres a superar as barreiras que enfrentam no acesso ao mercado financeiro. Conforme apontado em um relatório do Banco Mundial, as mulheres têm uma probabilidade quase 10% menor do que os homens de possuir uma conta bancária.

Já que o acesso a criptomoedas pode ser realizado sem o uso de uma conta bancária, as mulheres passam a ter exposição a essa nova forma de investimento e também acesso a transações cross-border sem a necessidade de intermediários ou sistemas bancários tradicionais.

Embora tenhamos mais mulheres influentes discutindo os temas relacionados a ativos digitais, os estudos recentes revelaram que a igualdade de gênero na indústria de criptomoedas e blockchain ainda está muito distante. De acordo com o Global Gender Gap Report WEF, pode demorar mais de 100 anos para fechar essa lacuna de gênero.

No entanto, é preciso seguir com os esforços para atrair mais mulheres ao mercado cripto. Alguns grupos relevantes hoje com esse intuito são o Women in EthereumBR, a Associação de Mulheres in Cripto (Association for Women in Cryptocurrency), o 100 Women in Finance, o Mulheres no Mercado e o ElasinTech.

*Nicole Dyskant é advogada especialista em criptoativos, advisor da Fireblocks e co-chair da 100 Women in Finance Brazil

*Sofia Düesberg é diretora de vendas da Fireblocks América Latina e cofundadora da Web3 Academy DAO

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