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Executivo do JPMorgan critica bitcoin, mas diz ter vontade de fazer aporte

"Uma parte de mim quer", diz presidente do JPMorgan Asset & Wealth Management, que fez uma série de críticas contra investimentos em bitcoin e outras criptomoedas

Para o especialista, casos de uso das criptomoedas ainda são frágeis (NurPhoto/Getty Images)

Para o especialista, casos de uso das criptomoedas ainda são frágeis (NurPhoto/Getty Images)

Michael Cembalest, presidente do JPMorgan Asset & Wealth Management, se posicionou contra o bitcoin em um relatório recente do gigante bancário. Durante as 28 páginas do documento intitulado “The Maltese Falcoin”, em alusão ao romance policial dos anos 30, o executivo comparou a maior criptomoeda do mundo a um artefato de falcão dourado cujo valor depende apenas do hype ao seu redor. Cembalest ainda afirmou que o hype e as cotações surpreendentes do bitcoin seriam “coisas de que os sonhos são feitos”.

Para o executivo, a volatilidade seria o maior obstáculo para a adoção em massa do bitcoin e das outras criptomoedas. “A volatilidade do bitcoin continua ridiculamente alta, e geralmente ela aumenta quando a volatilidade do mercado de ações também está aumentando”, escreveu no relatório, onde pontuou que os casos de uso das criptomoedas, apesar de louváveis, ainda possuem certa fragilidade.

Um exemplo, segundo Cembalest, seria o uso do bitcoin como moeda de troca. “O número decrescente de transações de bitcoin por dia e os picos nos custos de execução não se assemelham a nenhuma moeda fiduciária em funcionamento”, disse, justificando que os preços de bens e serviços simplesmente se ajustam aos termos fiduciários, ou seja, de moedas como o dólar ou o euro.

O especialista não descartou a possibilidade do bitcoin se tornar o principal ativo de reserva de valor e um maior uso de serviços financeiros a partir das finanças descentralizadas, também conhecidas como DeFi. No entanto, para isso ser possível, a volatilidade das criptomoedas teria de se ajustar a termos mais aceitáveis e consistentes para trazer segurança ao investidor.

“Eu não vou comprar bitcoin, mesmo que parte de mim queira, independentemente das consequências, já que é com isso que alguns investidores de criptomoedas contam desde o início”, concluiu Cembalest.

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