Open Banking: o conceito veio para facilitar a vida e os processos de todos que querem mais facilidade nas questões financeiras (Getty Image/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 30 de outubro de 2020 às 14h38.
Já imaginou ter que trocar de banco e não ter nenhuma burocracia para isso? O Open Banking é justamente o conceito que veio para simplificar a vida e os processos de todos que querem mais facilidade nas questões financeiras. Com a chegada do Pix no Brasil, no dia 16 de novembro, o mercado nacional dá o primeiro passo para desburocratizar os processos enraizados de todas as instituições.
Mas o que seria exatamente o Open Banking? O termo derivado do inglês significa abertura de processos entre todos os bancos, ou seja, caso algum cliente queira mudar de instituição financeira, pode levar todo o histórico de transações e limites. Dessa maneira, não é preciso se preocupar em criar um novo relacionamento. O cliente pode escolher exatamente qual banco é de seu interesse, e não ficará preso a ele.
De acordo com o Banco Central, o conceito envolve praticidade e segurança ao mesmo tempo. “O Open Banking, na ótica do Banco Central do Brasil, é considerado o compartilhamento de dados, produtos e serviços pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas, a critério de seus clientes, em se tratando de dados a eles relacionados, por meio de abertura e integração de plataformas e infraestruturas de sistemas de informação, de forma segura, ágil e conveniente.”
Para Gavin Littlejohn, presidente da Associação Britânica de Dados Financeiros (FDATA) e um dos responsáveis por ajudar a implementar o open banking no Reino Unido, o Brasil entra no processo da regulação do Open Banking com vantagens em relação à Europa. “Quando isso foi negociado na União Europeia, não havia uma diretriz sobre dados, no Brasil esse processo já começa com novas políticas feitas em conjunto com o Banco Central”, comenta o especialista.
Littlejohn participou da abertura do Future of Money, o maior evento sobre o futuro do dinheiro da América Latina, que começou em 15 de outubro e vai até 30 de novembro discutirá, além do Open Banking, temas como PIX, fintechs, cybersecurity LGPD e outros.
O Banco Central definiu o escopo do modelo do Open Banking no Brasil dividindo a implementação em 4 fases, especificando quais dados serão trabalhados em cada uma delas:
O Open Banking estimula a concorrência entre os bancos, a fim de oferecerem o melhor serviço, preço, atendimento ao cliente e praticidade. “Eu gostaria de pensar nisso como a permissão do cliente para compartilhar dados de volta com os clientes. Na medida em que os produtos financeiros se tornam mais sofisticados usando mais dados e algoritmos, a capacidade exigida de um analista financeiro fica muito mais complexa. Se o cliente escolhe mostrar os seus dados é possível melhorar a experiência e o nível de sofisticação financeira. É uma oportunidade de encontrar o melhor produto e serviços para cada pessoa”, afirma Littlejohn.
Algumas vantagens do Open Banking ressaltadas por especialistas são:
Por outro lado, o Open Banking representa uma quebra do modelo de negócio dos bancos tradicionais, que deixam de ter exclusividade sobre os dados dos clientes. A concorrência também passa a ser não só com as grandes instituições, mas também com fintechs e paytechs. "Os grandes bancos precisam estar atentos às demandas de novos produtos e digitalização de processos de seus clientes, se não conseguirem atendê-los com agilidade certamente perderão clientes para as fintechs", afirma Felipe Valença, CEO da fintech Acqio.
Outra questão a ser levada em conta é a segurança dos dados das pessoas. Um sistema aberto de compartilhamento de informações carrega os riscos de um possível vazamento de dados. O gargalo deve ser um dos principais focos das instituições, que precisarão investir em fortes sistemas de cyber segurança.