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Drex vai "sacudir" sistemas de grandes bancos, diz presidente do Banco Central

Roberto Campos Neto destacou que versão digital da moeda brasileira deverá trazer três grandes vantagens para a economia

Roberto Campos Neto é o atual presidente do Banco Central (Pedro França/Agência Senado/Flickr)

Roberto Campos Neto é o atual presidente do Banco Central (Pedro França/Agência Senado/Flickr)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 7 de dezembro de 2023 às 12h05.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, afirmou nesta quinta-feira, 7, que o Drex deverá "sacudir" os sistemas tradicionais usados atualmente pelos grandes bancos brasileiros. O responsável pela autarquia falou sobre o tema durante o "Encontro Anual Drex 2023", que discute os planos da instituição para a versão digital da moeda brasileira.

"A gente precisa sacudir os sistemas legados dinossauros que estão dentro dos bancos. E é difícil sacudir o dinossauro, eu estive lá 22 anos, é muito difícil fazer uma mudança grande de tecnologia. A mudança faz com que o retorno caia um tempo antes de subir, é muito investimento em tecnologia", comentou Campos Neto.

Na visão dele, o Drex surge como uma solução para esse problema ao trazer três dimensões principais de benefícios para a economia. A primeira envolve a adoção dos depósitos tokenizados como uma solução que não afetará os balanços dos bancos, além de trazer a regulação já existente para depósitos e "sacudir" esses sistemas, que representam um "problema importantíssimo".

Com isso, ele espera que o projeto consiga "colocar a tokenização no balanço dos bancos", o que deve trazer vantagens como melhora no controle de riscos, de colaterais, incremento na captação bancária e melhoria na gestão de ativos e passivos nessas instituições financeiros, benefícios já observados em testes de fintechs citados por Campos Neto.

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Outra vantagem, segundo o presidente do BC, é que o Drex vai conseguir "trazer o sistema de finanças descentralizadas [DeFi] para perto dos bancos centrais". Ele destacou que os bancos centrais adotaram uma postura de proibir bancos de tokenizarem ativos, fazerem custódia de criptoativos  ou interagir com eles.

Na visão de Campos Neto, a postura acaba sendo falha, já que "esse trem já partiu, então precisa trazer esse ambiente para perto da gente. A conexão financeira sempre vai existir, se as stablecoins forem muito usadas e tiverem um grande problema, vai atingir o sistema bancário de alguma forma. Dado que a conexão existe, é importante trazer para perto".

A terceira vantagem envolve um alto custo no Brasil para a realização de contratos e registros. Campos Neto disse que o Drex poderá reduzir esses custos e o tempo gasto nessas operações, já que ele permitirá realizar um registro automático das operações que ocorrerem na sua rede.

Com previsão de lançamento até o início de 2025, a expectativa do Banco Central é que o Drex sirva como uma ponte para o ambiente DeFi, introduza o conceito de tokenização na economia, reduza a emissão de moeda física e aumente a eficiência bancária e a monetização de dados.

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