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Dona do Facebook usa a Bíblia para treinar inteligência artificial

Meta informou que usou textos religiosos para aumentar a diversidade linguística de ferramenta, voltada para realidade virtual

Meta, dona do Facebook, está trabalhando em inteligência artificial própria (AFP/Getty Images)

Meta, dona do Facebook, está trabalhando em inteligência artificial própria (AFP/Getty Images)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 24 de maio de 2023 às 14h14.

Última atualização em 24 de maio de 2023 às 14h40.

A Meta, empresa dona do Facebook, WhatsApp e Instagram, também está trabalhando em um modelo de linguagem para ferramentas de inteligência artificial. Em um comunicado sobre o tema, ela revelou que usou a Bíblia e outros textos religiosos como base para o treinamento da tecnologia.

A inteligência artificial que está sendo desenvolvida pela empresa foi batizada de "IA de discurso multilíngue massivo". O modelo seria capaz de identificar mais de 4 mil línguas faladas diferentes, o que seria "40 vezes mais que qualquer tecnologia da área atualmente conhecida".

Além disso, a Meta trabalha para que a ferramenta de inteligência artificial também possa ser usada para converter texto em fala e fala em texto. Graças ao uso de textos como a Bíblia, foi possível expandir os idiomas disponíveis para essa funcionalidade de 100 para 1,1 mil.

"Também existem muitos casos de uso para tecnologia de fala – desde tecnologia de realidade virtual e aumentada até serviços de mensagens – que podem ser usados ​​no idioma preferido de uma pessoa e podem entender a voz de todos", explicou a Meta. No momento, a companhia disse que está focando em aplicações para realidade virtual (VR) e aumentada (AR).

Um caso de uso citado pela companhia é de uma pessoa interagindo com outra por meio da realidade virtual, com cada um falando em seu idioma mas entendendo o que o outro está dizendo a partir da ferramenta, que funcionaria como uma espécie de tradutor.

Segundo a Meta, o primeiro desafio no treinamento da inteligência artificial foi encontrar bancos de dados com texto e áudio mais diversos em termos de linguagem. Os maiores existentes abrangem apenas 100 línguas no máximo, explica a companhia. Para contornar esse problema e abarcar mais idiomas, a empresa decidiu usar textos religiosos, incluindo a Bíblia.

O motivo é que esses textos "foram traduzidos em muitos idiomas diferentes, e as traduções foram amplamente estudadas para pesquisa de tradução de linguagem baseada em texto". Com isso, foi possível expandir as bases usadas e treinar a tecnologia em mais de 1,1 mil línguas.

Preocupação com a diversidade

"Ao considerar gravações de várias outras leituras religiosas cristãs, aumentamos o número de idiomas disponíveis para mais de 4 mil", destacou a companhia. Em seu comunicado, ela também abordou possíveis preocupações em relação à diversidade na origem desses dados.

"Embora esses dados sejam de um domínio específico e geralmente sejam lidos por falantes do sexo masculino, nossa análise mostra que nossos modelos funcionam igualmente bem para vozes masculinas e femininas. E embora o conteúdo das gravações de áudio seja religioso, nossa análise mostra que isso não influencia o modelo a produzir uma linguagem mais religiosa", destaca a Meta.

O gigante do mercado de redes sociais destacou que pretende aumentar ainda mais o suporte de seu modelo de inteligência artificial para outras línguas, focando agora na superação da dificuldade de incluir dialetos, que "muitas vezes são difíceis de serem incorporados nas tecnologias de fala existentes".

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