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Diretora do FMI diz que criptomoedas "não são dinheiro" e cita riscos do setor

Kristalina Georgieva avalia que cripto é uma classe de ativos para investimento, com grau de risco variado no mercado

Kristalina Georgieva é a atual diretora-geral do FMI (Handout /Getty Images)

Kristalina Georgieva é a atual diretora-geral do FMI (Handout /Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 17 de janeiro de 2024 às 15h19.

Última atualização em 17 de janeiro de 2024 às 15h20.

Kristalina Georgieva, atual diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), afirmou recentemente que as criptomoedas não podem ser consideradas um tipo de dinheiro, mas são ativos para investimento. Ela falou sobre o tema em uma entrevista para o Yahoo Finance durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

Questionada sobre o tema, Georgieva explicou que a opinião do FMI é que "temos de diferenciar dinheiro e ativos. Quando falamos sobre cripto, estamos na verdade falando sobre uma classe de ativos". Ou seja, a líder do FMI considera que essa classe de ativos não poderia ser usada como uma moeda fiduciária, apenas para investimentos.

Ao mesmo tempo, Georgieva também citou riscos relacionados ao investimento em criptomoedas. Ela explicou que alguns criptoativos podem ter seu valor garantido por um lastro, reservas e seus criadores, o que os tornam "mais seguros e menos arriscados". Entretanto, outros não possuem essas garantias, sendo "mais arriscados" para os investidores.

"Mas [cripto] não é exatamente dinheiro. É mais como um fundo de gestão de dinheiro", defendeu a diretora do FMI. Em novembro de 2023, Georgieva também disse que setor público deveria "continuar se preparando para implantar" moedas digitais de bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês) e plataformas de pagamento relacionadas no futuro.

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Georgieva expressou seu otimismo sobre a implementação de CBDCs em todo o mundo, mas disse que "ainda não chegamos lá" e que "ainda há muita incerteza" sobre o tema. “A adoção de CBDCs está longe de ser uma realidade. Mas cerca de 60% dos países estão explorando-as de alguma forma hoje", explicou.

No caso das CBDCs - como o Drex no Brasil -, a criação envolve a ligação das moedas fiduciárias de cada país a redes blockchains, as mesmas que estão por trás do funcionamento das criptomoedas. Entretanto, os projetos possuem características e casos de uso diferentes.

Georgieva acredita que as CBDCs podem substituir o dinheiro físico, oferecer resiliência em economias avançadas e melhorar a inclusão financeira em comunidades subbancarizadas. De acordo com a diretora do FMI, as CBDCs podem coexistir com o "dinheiro privado", sendo sua "alternativa segura e de baixo custo".

“Na medida em que as CBDCs forem implantadas, elas devem ser construídas para facilitar pagamentos transfronteiriços, que atualmente são caros, lentos e disponíveis para poucos. Mais uma vez, devemos começar este trabalho hoje para não termos que retroceder amanhã", disse.

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