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CEO da Binance: moedas digitais de bancos centrais põem bitcoin em risco

Chefe da maior exchange cripto do mundo vê possibilidade de CBDCs substituírem o BTC no longo-prazo

 (Akio Kon/Bloomberg/Getty Images)

(Akio Kon/Bloomberg/Getty Images)

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Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 22 de outubro de 2020 às 13h42.

Última atualização em 24 de novembro de 2020 às 18h22.

CEO da Binance, uma das maiores exchanges de criptomoedas do mundo, Changpeng "CZ" Zhao, vê riscos para o Bitcoin caso o desenvolvimento de moedas digitais por bancos centrais seja bem-sucedido.

As chamadas CBDCs — sigla em inglês para Central Banks Digital Currencies (Moedas Digitais de Bancos Centrais) —, ganharam popularidade no último ano, especialmente após o anúncio da iniciativa chinesa.

Em entrevista à Fortune, CZ falou sobre o assunto ao ser questionado sobre o yuan digital, a criptomoeda emitida pelo Banco Popular da China, o banco central chinês.

"Se algum governo desenvolver uma criptomoeda que tenha menos restrições, seja mais rápida e mais barata para os usuários, isso ameaçaria o bitcoin. Mas isso é bom para a indústria, é apenas algo melhor do que bitcoin, e que iria substituí-lo", disse.

Ao mesmo tempo, CZ mencionou também que não acredita que as CBDCs consigam oferecer a mesma liberdade do bitcoin, pois tendem a ser altamente centralizadas e controladas.

Ele acrescentou ainda que as CBDCs, num primeiro momento, podem beneficiar o mercado de criptomoedas, pois legitimam o sistema e ajudam a educar os usuários sobre a tecnologia.

Para CZ, apesar de ainda não ser possível afirmar que exista uma "corrida" entre as maiores economias do mundo para lançar suas próprias moedas digitais, é provável que isso aconteça em breve.

Atualmente, a China é primeira grande economia com um projeto avançado sobre o assunto, mas outros países já indicaram que podem seguir o mesmo caminho — como o Brasil, onde o banco central lançou um grupo de estudos sobre o tema e seu atual presidente, Roberto Campos Neto, disse acreditar no lançamento do real digital até 2022.

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