DeFi é ‘fonte de inspiração’ para Banco Central: presidente prevê inclusão financeira e menos custos
Roberto Campos Neto apresenta ideais inovadores para projetos da instituição durante evento da Febraban Tech
Mariana Maria Silva
Publicado em 12 de agosto de 2022 às 18h44.
Na última quinta-feira, 11, a Febraban reuniu as principais lideranças de instituições brasileiras para debater a interligação entre tecnologia e finanças na Febraban Tech, convenção que abordou temas como Pix, Open Finance, blockchain e moedas digitais.
O evento revelou um crescente interesse do Banco Central do Brasil na forma como a tecnologia pode aprimorar o setor financeiro no país. Roberto Campos Neto, o presidente da instituição, realizou uma apresentação onde deu detalhes sobre como o Open Finance deve integrar carteiras digitais e finanças descentralizadas (DeFi) ao Pix e o Real Digital.
As finanças descentralizadas, mais conhecidas como DeFi, são um setor dentro do universo dos criptoativos onde serviços financeiros são ofertados sem a necessidade de um órgão centralizador, como os bancos. A partir do uso da tecnologia blockchain, é possível realizar empréstimos ou gerar renda passiva, por exemplo.
Segundo a apresentação de Roberto Campos Neto na Febraban Tech, DeFi seria “uma fonte de inspiração” para os projetos do BC no setor tecnológico. A instituição, segundo Campos Neto, enxerga muitas oportunidades na integração das finanças descentralizadas aos projetos da instituição, como o Pix e o Real Digital.
A redução no custo de transações e a inclusão financeira a partir de ferramentas automáticas ao alcance de todos seriam algumas das oportunidades citadas pelo presidente do BC. Por outro lado, escalabilidade, interoperabilidade e a falta de maturidade da tecnologia foram apontados como desafios a serem enfrentados.
O banco central ainda se demonstrou otimista sobre o futuro dos criptoativos no Brasil. Com o projeto de lei que regulamenta os ativos digitais em tramitação na Câmara dos Deputados, é provável que o país possa contar em breve com leis que garantam a segurança do investidor, o funcionamento de empresas do setor e a aplicação de uma pena para fraudes.
De acordo com Campos Neto, a regulação dos criptoativos deve ter uma “visão proativa”, com interligação ao Pix, Real Digital e Open Finance, promovendo assim a transformação dos serviços financeiros e se conectando à conceitos como o metaverso, por exemplo. Tudo isso, no entanto, deverá acontecer com a segurança e eficiência garantidas pela abordagem certa para a lei, que caso aprovada na Câmara, seguirá para sanção presidencial.
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