"CVM dos EUA", SEC quer assumir jurisdição de 2º maior blockchain do mundo, sugere processo
A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos supostamente acredita que, após atualização, Ethereum passa a ser valor mobiliário e presença majoritária de nós validadores da rede no país comprovariam jurisdição americana
Mariana Maria Silva
Publicado em 20 de setembro de 2022 às 16h01.
Última atualização em 20 de setembro de 2022 às 16h39.
Depois de ter passado por uma importante atualização, a rede Ethereum pode ficar sob a jurisdição da Comissão de Valores Mobiliários ( SEC ) dos Estados Unidos. Um comentário em um processo da instituição revela que a SEC pode crer que o segundo maior blockchain do mundo se enquadra em suas leis de valores mobiliários e, por conta da maioria de seus nós validadores estarem nos EUA, a rede deveria estar sob sua jurisdição.
O processo em questão é movido pela SEC contra o fundador de uma empresa de pesquisa de investimentos em criptomoedas. Os motivos seriam incentivos supostamente não divulgados vinculados a uma oferta inicial de criptomoeda (ICO), segundo a Bloomberg. O processo também detalharia a movimentação de ether, a criptomoeda nativa da rede Ethereum, em relação ao caso.
Essas transações de ether se originaram nos Estados Unidos e “foram validadas por uma rede de nós no blockchain Ethereum que estão agrupados mais densamente nos EUA do que em qualquer outro país”, disse a SEC no processo. “Como resultado, essas transações ocorreram nos EUA.”
Nós validadores são computadores que ajudam a operar e proteger a rede. De fato, cerca de 46% de todos os nós validadores da rede estão nos EUA, seguidos por quase 19% na Alemanha, segundo dados do Etherscan.
Gary Gensler, atual presidente da SEC nos Estados Unidos, é conhecido no universo cripto por gerar o debate se determinadas criptomoedas são ou não valores mobiliários. Sobre a Ethereum, Gensler afirmou que após a mudança na rede causada pela última atualização, os investidores de ether podem ganhar recompensas financeiras, permitindo que a rede use alguns de seus ativos, o que se enquadraria nas leis de valores mobiliários dos EUA.
Conhecida como “ The Merge ”, a atualização da Ethereum ocorreu há quase uma semana e foi responsável por modificar a forma como as transações são validadas na rede. Ao abandonar a mineração e adotar a prova de participação (PoS), a Ethereum passou a selecionar seus validadores por meio da quantidade de ether que eles possuem com a movimentação em bloqueada em um processo chamado de staking. Por conta do serviço de validação de transações, eles podem ganhar recompensas em ether.
Com um valor de mercado de US$ 163,9 bilhões, de acordo com o CoinMarketCap, a Ethereum é o segundo maior blockchain do mundo, perdendo apenas para o bitcoin.
Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok