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Criptomoedas mantêm estabilidade diante de incerteza econômica nos EUA: 'Não há perspectiva de alta'

Principais criptomoedas do mercado mantém estabilidade enquanto banco central norte-americano segue em postura agressiva contra inflação no país

Bitcoin e principais criptos apresentam pouca variação de preços (Getty/Getty Images)

Bitcoin e principais criptos apresentam pouca variação de preços (Getty/Getty Images)

O mercado de criptomoedas inicia esta segunda-feira, 17, movimentando US$ 44,1 bilhões, de acordo com dados do CoinMarketCap. A semana começa morna entre os principais ativos do setor, que passaram o final de semana com pouca variação de preço.

O bitcoin é cotado a US$ 19.452, apresentando alta de 1,6%, segundo o CoinMarketCap.

Abaixo dos US$ 20 mil, a maior criptomoeda do mundo mantém praticamente a mesma faixa de preço no último mês.

Especialistas acreditam que, apesar do contexto de incerteza sobre a possibilidade de uma recessão econômica nos Estados Unidos impedir uma pressão compradora mais forte para o bitcoin, novos aumentos na taxa de juros do país já estariam precificados no mercado, evitando também novas quedas significativas.

“Não há perspectivas de alta no curto prazo. Portanto, nesta semana que começa o bitcoin deve continuar negociando lateralmente no intervalo entre US$ 18 mil e US$ 22 mil, sem grandes chances de movimentos abaixo destes níveis”, afirmaram analistas da corretora cripto Bybit.

(Mynt/Divulgação)

Em busca de conter uma inflação recorde, o banco central norte-americano anunciou uma série de aumentos na taxa de juros, que até agora não demonstraram a eficácia desejada. Isso faz com que investidores em todo o mundo aguardem por novos aumentos a cada reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto dos EUA (FOMC).

A expectativa para a próxima reunião do Comitê é de um aumento de 0,75% e a continuidade da abordagem agressiva anunciada pelo presidente do Fed, Jerome Powell, contra a inflação.

O banco central norte-americano tem como objetivo reduzir a inflação para 2%, sendo que o atual nível está em 8,2%.

O ether, criptomoeda nativa da rede Ethereum, é cotado a US$ 1.317, apresentando alta de 2,6% nas últimas 24 horas, de acordo com dados do CoinMarketCap.

A segunda maior criptomoeda do mundo também se mantém relativamente estável após ter apresentado quedas no último mês.

Em setembro, a rede Ethereum passou por uma importante atualização. Chamada de “The Merge”, ela foi responsável por modificar a forma como as transações são validadas no blockchain, gerando uma economia de 99,9% em seu cobsumo de energia elétrica.

Entre as principais criptomoedas, se destacam ainda nesta segunda-feira, 17, Polygon, Avalanche e Chainlink, com alta de 2,77%, 2,73% e 2,28%, respectivamente, segundo dados do CoinMarketCap.

Análise técnica por Lucas Costa, do BTG Pactual

A semana passada foi marcada por volatilidade intensa nos mercados, após dados de inflação mostrando que a política de elevação da taxa de juros ainda não surtiu efeito em uma economia americana aquecida. O S&P 500 fechou com 1,53% de queda, mas durante a semana chegou a romper os US$ 3.500 e cair aproximadamente 4%. O dólar global permanece forte e subiu 0,50%, provocando pressões baixistas no bitcoin.

O cenário técnico do S&P 500 tem um suporte relevante em 3.565, região de 111,8% de Fibonacci, que tem por função confirmar o rompimento do fundo anterior em 3.640. A divulgação do último CPI (indicador de inflação ao consumidor) pressionou o mercado pra baixo, mas fomos surpreendidos com uma recuperação forte e defesa da ponta compradora, levando o preço novamente acima do patamar dos 3.500.

A tendência de curto e médio prazo segue de baixa e acreditamos que fechamentos abaixo dos 3.565 pode provocar aumento da pressão vendedora, com objetivos em 3,380 (141,4%) e 3.270 (161,8%).

O estudo da dinâmica da moeda americana é muito importante para uma melhora leitura do cenário das criptos. O índice dólar (DXY) segue em tendência de alta forte no curto e médio prazo, com formação de topos e fundos ascendentes.

Destacamos que tivemos um movimento de queda até a média móvel de 21 períodos, mas que não representa uma reversão de tendência. O rompimento do topo anterior em 114,800 aciona um novo pviô de alta, com projeções de Fibonacci em 119,250 (141,4%) e 121,500 (161,8%).

(TradingView)

O bitcoin permanece resiliente nesse cenário desafiador dos mercados globais. O cenário de aversão ao risco deveria pressionar a principal cripto para baixo, mas observamos uma lateralidade perto dos US$ 20.000 durante toda a semana.

O gráfico diário do bitcoin tem tendência de baixa no médio prazo, mas no curto prazo temos consolidação perto do fundo de junho de 2022. A região entre US$ 17.800 e US$ 20.000 é uma região de demanda por bitcoin, uma vez que os testes dessas regiões provocaram um movimento comprador forte e rejeição do nível de preço.

O volume de negociações está abaixo da média, contribuindo para um cenário de indefinição no curto prazo. A próxima resistência é US$ 20.370 e seu rompimento pode levar ao teste dos US$ 22.500, região que vendedores atuaram de forma agressiva anteriormente.

(TradingView)

O ether tem cenário técnico muito parecido com o bitcoin. A principal diferença do gráfico diário dos dois criptoativos é que o ether faz a sua lateralidade em um patamar de preço mais elevado que o fundo anterior em junho/22, sinalizando que o ether possui força relativa maior que o bitcoin.

A conclusão que podemos tirar é que o ether permanece resiliente frente ao cenário de aversão ao risco. O gráfico diário possui tendência de baixa no médio prazo, com preço trabalhando abaixo da média móvel de 21 períodos. O próximo suporte é o fundo em US$ 1.070 e a mínima do dia 18 de junho em US$ 880.

(TradingView)

*Lucas Costa é mestre em administração e economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora, atuou como pesquisador acadêmico e professor nas temáticas de blockchain, criptomoedas e comportamento de consumo, sendo um dos fundadores do grupo de pesquisa Blockchain UFJF. Foi operador de câmbio em mesa proprietária com foco em análise técnica, e trader pessoa física em mercado futuro. Atualmente, é analista técnico CNPI do BTG Pactual digital, e apresenta a sala ao vivo de análises de maior audiência do Brasil.

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